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José Reinaldo Carvalho

Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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Cuba: 70 anos em Revolução

O assalto aos quartéis Moncada e Céspedes entrou na história como o ato inaugural da Revolução Cubana

O Quartel Moncada, com as bandeiras de Cuba, do Movimento 26 de Julho e um poster de Fidel (Foto: Jornal Granma )

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José Reinaldo Carvalho, 247 - O Dia Nacional da Rebeldia do Povo Cubano, que assinala o assalto aos quartéis Moncada e Céspedes em 1953, marco inicial do movimento revolucionário dirigido por Fidel Castro, foi celebrado com entusiasmo e legítimo orgulho, em Santiago de Cuba, com um ato político em que estavam presentes o presidente da República e primeiro-secretário do Partido Comunista Cubano, Miguel Díaz-Canel, e outros dirigentes revolucionários, destacadamente o general de Exército e ex-presidente Raúl Castro. A Revolução foi um acontecimento significativo na história do século 20 cubano, mas não só. Teve projeção internacional, impactando os acontecimentos políticos na região latino-americana e caribenha.

O objetivo da Revolução era conquistar liberdade, independência, terra, emprego, educação e saúde para o povo cubano. Ela foi inspirada pelos ideais martianos e teve seu programa original sistematizado no célebre libelo "A História me Absolverá", um documento antológico da literatura política com o qual Fidel Castro apresentou sua defesa perante o Tribunal. 

Desde a vitória revolucionária em 1º de janeiro de 1959, Cuba seguiu um caminho novo, democrático e popular, que dois anos depois transformou-se em socialista. O Partido Comunista Cubano lidera o país e implementa um sistema político, econômico e social socialista. Ao longo dos anos, Cuba passou por várias transformações. O país implementou a reforma agrária, nacionalizou indústrias e serviços e buscou garantir direitos básicos como educação e saúde para todos os cidadãos. Ao longo dos anos, Cuba alcançou importantes conquistas sociais, como altos níveis de educação e cultura e atenção à saúde, e progrediu no rumo da igualdade social. 

Nos últimos anos, o país tem implementado reformas ousadas para enfrentar desafios econômicos e se adaptar às mudanças globais, sem comprometer seus princípios socialistas. Hoje, o povo cubano está imerso em um abrangente movimento de renovação e aperfeiçoamento do modelo econômico, mantendo a essência socialista do país. O país tem enfrentado uma série de desafios econômicos e sociais com criatividade e resiliência. Sob a liderança do Partido Comunista Cubano, o país demonstrou habilidade em encontrar soluções inovadoras para problemas sociais complexos. Cuba demonstra que é possível promover reformas e aperfeiçoar o modelo econômico sem abrir mão dos valores fundamentais do socialismo. 

Além disso, Cuba abraçou a solidariedade internacional como parte fundamental de sua identidade socialista. Ao enviar médicos e profissionais de saúde para países necessitados em todo o mundo, a nação demonstrou sua capacidade de enfrentar desafios globais. 

Apesar dos obstáculos interpostos pelo bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, Cuba tem usado a criatividade socialista para encontrar soluções inovadoras para uma variedade de problemas sociais. Através de sua abordagem centrada no bem-estar da população, o país tem contornado obstáculos e superado dificuldades. 

A Revolução Cubana tem por linha política e ideologia a prédica de Fidel Castro, enraizada em uma síntese poderosa do marxismo-leninismo e do pensamento patriótico de José Martí. Foi esta linha política e ideológica que orientou o movimento revolucionário rumo à vitória. Fidel Castro, desde seus primeiros discursos, deixou claro que a Revolução Cubana não era apenas uma luta contra um ditador opressor, mas uma batalha por mudanças sociais profundas e uma transformação radical da sociedade cubana. Fidel vislumbrou uma nação verdadeiramente independente e soberana, livre das amarras do imperialismo. O pensamento patriótico de José Martí forneceu a base moral e ideológica para a Revolução Cubana, enquanto o marxismo-leninismo trouxe a perspectiva política e estratégica para a luta. Fidel Castro foi hábil em aplicar princípios marxistas ao contexto cubano, adaptando-os às peculiaridades nacionais. 

Um dos motores do processo revolucionário cubano, desde Moncada até os dias de hoje foi a união sólida do povo cubano e sua intensa mobilização. Por isso afirmamos que são 70 anos em revolução. O governo revolucionário também buscou criar instituições participativas e democráticas que permitem ao povo cubano participar ativamente na tomada de decisões políticas e sociais. Com a criação dos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs), organizações sociais e uma institucionalidade baseada no poder popular, garante-se a força política da Revolução. A Democracia Popular Cubana difere do conceito tradicional de democracia liberal-burguesa. O princípio fundamental é a participação popular nas decisões políticas. 

A Revolução Cubana foi um marco importante para a América Latina, tornando-se um farol de esperança para muitos movimentos revolucionários na região. O sucesso da revolução inspirou forças políticas em outros países na luta pela emancipação nacional e social. 

A projeção internacional da Revolução Cubana ultrapassou as fronteiras da América Latina, tendo um impacto significativo em diferentes partes do mundo. Cuba se tornou uma referência para movimentos socialistas e anti-imperialistas em outras regiões, especialmente na África e na Ásia, durante os anos 1960 e 1970.

A nação caribenha também se destacou por sua política de cooperação internacional, enviando médicos, professores e outros profissionais para ajudar países em desenvolvimento em diferentes partes do globo. Esse apoio humanista fortaleceu os laços de Cuba com outras nações e projetou uma imagem positiva do país no cenário mundial.

No cenário das Nações Unidas, Cuba ganhou respeito por sua postura firme em relação a questões internacionais e sua defesa de uma política externa independente. O país participou ativamente de debates sobre desarmamento nuclear, questões ambientais e outros temas globais, ganhando influência entre os países em desenvolvimento.

Tudo isso respalda internacionalmente e dá razão a Cuba na luta contra o cruel bloqueio imperialista exercido pelos Estados Unidos. A derrota moral e prática do bloqueio tem sido um desafio persistente e complexo para a ilha caribenha. Cuba tem alcançado vitórias na diversificação de parceiros comerciais, no estabelecimento de laços políticos e econômicos com outros países da Europa, América Latina, Ásia e África, buscando novos mercados e oportunidades. E recebe enorme solidariedade internacional, além de conseguir aprovar anualmente na Assembleia Geral da ONU por esmagadora maioria a resolução que condena o bloqueio.   

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