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    Cuidados com o 13º

    Para sanar suas dívidas, elabore uma lista, enumerando-as de acordo ao valor, taxa de juros e data vencida. Para quem está com o orçamento pessoal em dia, é hora de criarmos uma reserva financeira para emergências

    Estamos na última semana de novembro. Além de já nos encaminharmos para o último mês do ano, que traz consigo o início das festividades, das comemorações e das celebrações, começamos um período onde muitos dos trabalhadores brasileiros esperam ansiosamente. Até o dia 30 de novembro, a primeira parcela do décimo terceiro salário será paga, e a partir daí, começam as operações financeiras que podem traduzir em soluções ou pesadelos.

    Muitos, é verdade, já executaram as despesas de décimo terceiro antes mesmo de recebê-lo. Outros tantos já vêm planejando o que fazer com o dinheiro quando receber. Alguns poucos o reservarão para aplicação em poupança para casos de emergência, e outros já optaram por investimentos junto aos agentes financeiros.

    Apesar de ser um período onde o fluxo de recebimento é crescente, há armadilhas importantes que precisam ser desarmadas para que, antes mesmo de iniciarmos um novo ano, velhas práticas e antigas dívidas permaneçam.

    Os valores da primeira parcela, faz necessário registrar, para a maioria dos casos é a parcela recebida de maior volume, uma vez que os descontos legais ocorrem apenas na segunda parcela. Significa dizer que, caso a pessoa tenha trabalhado todo o ano de 2013 na mesma empresa, no dia 30 de novembro haverá o recebimento de metade de seu salário. Simples e direto assim.

    Já em 20 de dezembro, data máxima para o pagamento da segunda parcela, haverá desconto de INSS, IRRF e o valor adiantado em novembro. Desta forma, o valor da segunda parcela será inferior ao valor recebido na primeira parcela.

    Por este motivo, o destino dos recursos da primeira parcela torna-se tão importante. Caso o fluxo pessoal de recursos esteja apontando um saldo negativo, é hora de repensarmos as dívidas e quitá-las. Férias, presentes e outros itens de consumo devem ficar em um segundo momento.

    Para sanar suas dívidas, elabore uma lista, enumerando-as de acordo ao valor, taxa de juros e data vencida. As contas antigas sofrem correções monetárias, e, para tanto, faz-se necessário que consulte os credores antes de elaborar sua listagem com valores de pendências.

    Com a listagem preparada, é hora de encararmos a realidade. Antes de qualquer negociação, veja se o valor que será recebido via primeira parcela do décimo terceiro conseguirá honrar todas as dívidas. Caso sim, comece fase de negociação. Caso não, priorize as dívidas antigas, com juros maiores e que oferecem facilidades na quitação dos débitos. Barganhar descontos nos juros e multas é sempre uma grande opção quando se oferece quitação integral da dívida.

    Durante a fase de negociação realize contatos juntos aos credores a fim de obter descontos nos juros, parcelamentos e todas as possibilidades. Apenas feche a negociação se realmente haverá condições de honrá-la.

    Após todo processo de escolha de credores e esgotadas as possibilidades de negociação, honre os compromissos assumidos. Não pense que, por ter renegociado a dívida, você esteja livre dela. É preciso quitá-la. A inadimplência de uma renegociação de dívida indica a perda total de seriedade, confiança e encerra diversos canais de negociação.

    Reitero que se deve observar as dívidas com maior taxa de juros e periodicidade de atraso para elencar suas prioridades.

    Para quem está com o orçamento pessoal em dia, é hora de criarmos uma reserva financeira para emergências. Neste caso, desaconselho investimentos em previdência privada, títulos de capitalização ou qualquer outro produto em que seu gerente de conta venha lhe oferecer e caracterize-o como investimento e que faça seu dinheiro ficar indisponível por mais de 30 dias. Não considero título de capitalização um investimento, e o objetivo desta reserva é para emergências, funcionar como um capital de giro, e por isso, o capital não deve ficar indisponível.

    Se o recurso for destinado como uma reserva para emergências, aplique-o na famosa caderneta de poupança, ou até mesmo, dependendo de seu autocontrole consumista, deixe-o na conta correte. Não recomendo deixar em conta corrente mais de 50% de seu salário bruto. A diferença deve estar aplicada em alguma espécie de investimento, com alta liquidez. O objetivo destes recursos é o giro mensal, um verdadeiro "colchão de recursos".

    Para quem já possui uma reserva de segurança, que acredito ser no mínimo de 3 meses de seu salário bruto guardado, aconselha-se buscar investimentos atrelados a taxa de inflação, Selic ou fundos de investimento cotistas de crédito privado. LCI, LCAs são também excelentes produtos para investimento. Fundos imobiliários também podem render alguns bons retornos, desde que observada as taxas de administração, desempenho e outros custos administrativos.

    Se o horizonte for de curto prazo, esqueça o mercado acionário brasileiro, e também fundos de investimento que tenham em sua carteira títulos variáveis. O mercado acionário não possui data de vencimento para resgate do investimento. Oscilações são partes integrantes deste mercado.

    Aplicação em moeda estrangeira pode ser uma grande aposta, porém, não há certeza de ganhos e seu risco poderá ser superior ao lucro possivelmente produzido. Pense sobre este caminho. Ouro também pode ser uma possibilidade, com restrições.

    Não se esqueça que, o poupar de hoje pode ajudar no desenvolvimento de um negócio próprio, por exemplo. Quem possui a vontade empreendedora precisa se planejar, e quem sabe, este recurso extra não será o primeiro passo neste caminho?

    Enfim, de forma muito sintética, são algumas proposições merecedoras de pensar, idealizar e colocar em prática. Mesmo com o clima de consumo, não podemos perder a racionalidade.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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