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Artur Scavone

Jornalista e mestre em filosofia pela USP

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Cunha é a principal arma do golpe

Enquanto esse enorme espetáculo midiático é encenado, no Congresso articula-se o movimento que provocará efetivamente o golpe: o impeachment de Dilma

Brasília- DF 10-03-2016 Presidente da câmra dos deputados, Eduardo cunha, durante sessão.Foto Lula Marques/Agência PT (Foto: Artur Scavone)

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A oposição está fazendo um movimento duplo para provocar a dispersão daqueles que defendem as liberdades democráticas e as conquistas da constituição de 88. Moro ataca Lula e Dilma, ameaça as instituições e chama a atenção da mídia, instilando ódio e provocando reações as mais diversas, concentrando todas os esforços das forças populares. Mas enquanto esse enorme espetáculo midiático é encenado, no Congresso articula-se o movimento que provocará efetivamente o golpe: o impeachment de Dilma.

A Avenida Paulista tomada pela direita para provocar o confronto com as forças populares é outra manobra financiada pela FIESP. Diversificar, dispersar, trazer a atenção para fatos secundários. Esse é o plano.

Se o STF e os judiciário em geral estão atemorizados com a repercussão da espetacularização da mídia, o que não dizer dos deputados que irão dar seu voto contra ou a favor do impeachment? É aí que está a grande aposta da oposição conservadora.

Cunha, apoiado pelos corruptos e pela oposição oportunista e desprovida de qualquer moralidade que lhe serve de máscara nas sucessivas entrevistas na rede Globo, é a grande arma desse movimento e é contra ele que o movimento em defesa das liberdades democráticas e das conquistas de 88 deve dirigir seu esforço.

Moro é a expressão mais canhestra e acabada do sonho ditatorial dos setores conservadores que sonham com a ordem que lhes mantenha os privilégios e benesses. Sua ação desmedida, apoiada pela grande mídia, cumpre o papel fundamental de construir a narrativa da "quadrilha que tomou o poder", e enquanto Gilmar Mendes discursa a favor do golpe, Celso de Mello preocupa-se em dizer que não há acovardamento no STF. Que prove! Que mostre sua preocupação efetiva com a defesa do Estado Democrático de Direito impedindo as ações midiáticas de juízes açodados com seus poderes ampliados pela mídia.

Mas não se pode deixar de perceber que há um movimento para distrair o foco do combate ao golpe. Cunha é a arma. Cunha - o grande corrupto poupado pela mídia - é a ferramenta que articula o golpe. Ele deve ser o centro das denúncias que os movimentos nas ruas irão fazer neste fim de semana. Não é possível que um corrupto declarado promova a cassação de um governo eleito por 54 milhões de votos.

É preciso denunciar e cassar Cunha já!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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