Deixa a Simone aí
'Os votos para uma vitória de Lula no primeiro turno não sairão dos eleitores de Simone ou de Bolsonaro, mas dos de Ciro', afirma o colunista Alex Solnik
Não considero uma boa ideia a ala pró-Lula do MDB trabalhar contra a candidatura de Simone Tebet. A não ser que a troca fosse por Lula, o que é impossível, a emenda é pior que o soneto. É melhor deixar a Simone. Ela impede o crescimento de Bolsonaro, tal como acontecia com Moro.
Quem confirmou o efeito Moro foi o diretor da Quaest, Felipe Nunes. Segundo ele, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro diminuiu entre março e maio em quatro estados fundamentais e decisivos.
Em São Paulo, a diferença caiu de 14 pontos porcentuais para 11 e agora, em julho, foi para 5. No Rio de Janeiro, caiu de 8 para 1 e hoje é de 5. Em Minas Gerais, caiu de 25 para 16, e agora é de 18. Na Bahia, caiu de 47 para 46 e agora é de 43.
Nunes atribui o fenômeno não a algum mérito de Bolsonaro, mas à desistência de Moro. O perfil de seus eleitores tem mais a ver com Bolsonaro que com Lula, é evidente. Órfãos de Moro, seus eleitores migraram para Bolsonaro.
Na pesquisa Ideia/ Exame divulgada hoje, Lula tem 44%, Bolsonaro 33%, Ciro 8%, Simone Tebet 4%.
Se ela sair do páreo, a maioria desses 4% vai para Bolsonaro, com quem seu eleitorado tem mais em comum do que com Lula. E aí ele já fica próximo dos 40%.
E veja só: Bolsonaro não tem como crescer a não ser tirando intenções de voto de Simone. Ele não tira nem de Lula, nem de Ciro. Tirar Simone da disputa só interessa a Bolsonaro.
O mesmo pode se dizer de Ciro em relação a Lula. Os votos de que Lula precisa para garantir vitória no primeiro turno não vão sair, se isso acontecer, dos eleitores de Simone ou de Bolsonaro, mas dos de Ciro.
Ciro é o Moro e a Simone de Lula.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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