Direita e esquerdas

Valeu mais a imagem titubeante que Joe Biden transmitiu no debate presidencial do que todas as infâmias e mentiras que Donald Trump proferiu. Nos Estados Unidos como aqui, o desempenho de um político frente às telas e aos microfones tem o poder de sacudir o mercado e os votos. E as forças progressistas no Brasil ainda não entendem por que a população está caminhando cada vez mais para o extremismo de direita.

Direita é direita em qualquer canto, esquerdas são diferentes. Assim, o neoliberalismo extremista dá as cartas no mundo todo, sendo a França a vítima da vez, e os setores progressistas da sociedade, rotulados genericamente como esquerda, batem cabeça e entregam o poder facilmente. No segundo turno das eleições para o parlamento francês, houve uma frente ampla que conseguiu maioria de votos, ainda dependentes de acordo com o centro para poder governar. No entanto, a onda fascista não se dissipou e estamos todos perdidos.

Um chefe de governo estrangeiro visita o Brasil e afirma ser de cunho pessoal e não oficial. Ora, Javier Milei é presidente da Argentina! Isso quebra qualquer protocolo mínimo, como estabelecido no Decreto 70.274/1974, como se houvesse o estabelecimento de um governo paralelo em nosso País, ao ser recebido por pessoas estranhas, que não representam o Estado brasileiro. Ou seja, explicitamente se reúnem em torno de uma “internacional fascista” no estado mais direitista do Brasil e assistimos quase passivamente ao crime. Por que não fazer tal reunião em solo argentino? Por muito menos, os partidos de esquerda aqui foram tornados ilegais por supostamente receberem o chamado “ouro de Moscou”, o que romperia a soberania nacional. Qual a natureza do ouro que alimenta esses grupos?