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Em nota, Moro reconhece que perdeu

A nota é um famigerado reconhecimento de erro, ainda que não o reconheça expressamente. O próprio fato de ter que explicar porque e como descumpriu a própria legislação que deveria se obrigar a vigiar, o juiz disse, nas mais duras entrelinhas de sua vida, que falhou. E falhou gravemente

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Se Lula só ia ser conduzido coercitivamente para o show midiático de São Bernardo até o aeroporto de Congonhas ou se ia mesmo parar no Paraná, ainda não sabemos. O mais certo é que é muito inusitado o juiz que autorizou a operação divulgar nota posterior ao fato. Talvez Sérgio Moro ainda não tenha se dado conta, mas ele reconheceu que perdeu.

A nota é um famigerado reconhecimento de erro, ainda que não o reconheça expressamente. O próprio fato de ter que explicar porque e como descumpriu a própria legislação que deveria se obrigar a vigiar, o juiz disse, nas mais duras entrelinhas de sua vida, que falhou. E falhou gravemente. O juiz do caso Banestado provou mesmo que não é Deus, embora seja essa sua construção no imaginário social da opinião pública neste momento. É vergonhoso para um juiz ter que divulgar em nota que, ao descumprir a legislação, o fez para satisfazer um jogo midiático.

Lula não é réu. Mas também não é inimputável. Se não é réu, mas é imputável, bastava convocá-lo para depor. Mas eles queriam pegá-lo, e sentiram a reposta das ruas. Temerários do que poderia acontecer, aquele jato estacionado ali perto de onde o ex-presidente depôs sequer se balançou do lugar. As ilegalidades da Lava Jato exprimem um ar de autoritarismos na política brasileira, que funciona assim: O judiciário, a polícia federal e o Ministério Público só enxergam algumas coisas. Outras, absoluta e repetitivamente ditas aqui e acolá por delatores, eles não veem. A

Lava Jato já deu o que tinha que dar, já provou sua ineficácia em combater a corrupção e serve, inexoravelmente, de argumento para o entreguismo de Serra, o oposicionismo cego e irresponsável do PSDB e o fortalecimento da guinada conservadora na sociedade brasileira. O preço da Lava Jato será caro se não for parada imediatamente.

A nossa sensação do dia a dia é de ódio, por onde passamos. Ódio alimentado por uma grande imprensa também alimentada por todos os governos petistas até aqui, que jamais deixaram de depositar os dividendos da publicidade oficial nos cofres dos Marinho. As ilegalidades da Lava Jato não querem só moralizar o país, mas querem destruir a esquerda, mesmo com os dados de da ampla maioria de denunciados oriundos de partidos de direta que estão no governo. As ilegalidades da Lava Jato querem destruir a política de conteúdo nacional ao tentar impedir acordo de leniência. Por trás da Lava Jato está o entreguismo do Pré-sal, não nos confundamos. O lugar de responder a esses impropérios é nas ruas, e é para lá que os movimentos sociais vão estar ao sentir qualquer atropelo. É hora de responder à altura. Ao lançar a nota, Moro reconheceu que não sabia direito com qual inimigo estava lidando. Moro é inimigo do povo brasileiro e o povo brasileiro é seu inimigo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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