Erramos, e nosso erro poderia ter evitado um massacre
Em edição do dia 22 de junho, o Diário Causa Operária publicou um editorial com o título “Um aviso ao MBL: a direita não é bem-vinda às manifestações”
Em edição do dia 22 de junho, o Diário Causa Operária publicou um editorial com o título “Um aviso ao MBL: a direita não é bem-vinda às manifestações”. O artigo, após reforçar que o movimento que está nas ruas para derrubar o governo tem a direita golpista como inimiga, apenas recordou que, em todos os momentos em que o Movimento Brasil Livre ousou aparecer em atos da esquerda, seus mercenários foram escorraçados com a mais extrema violência, resultado da revolta do povo contra suas palhaçadas.
Cumprindo o papel ao qual este diário presta, de sempre esclarecer o leitor sobre a situação política nacional, informamos que o MBL não era bem-vindo. O MBL, após ler o artigo, logo anunciou que não iria mais participar das manifestações. Por descuido de nossa equipe, contudo, cometemos um erro grave: apenas o MBL foi notificado sobre o risco de ir para os atos. Esquecemos — ou alguém mal-intencionado o fez de propósito — de avisar o PSDB. Afinal, a manifestação seria ainda mais arriscada para os tucanos: enquanto o MBL é apenas um grupinho de fascistas que tentam intimidar a mobilização da esquerda, o PSDB é o partido que organizou o golpe de Estado, que pariu o bolsonarismo e que vem castigando o povo paulista por mais de duas décadas.
Esse erro não pode ser perdoado e será seriamente investigado por nossa equipe. Seja por esquecimento — seria um esquecimento que teria causado um episódio de violência desnecessária contra o partido mais violento do País —, seja porque alguém simplesmente queria ver os inimigos do povo apanhando, não podemos ignorar nosso erro. Se o MBL foi avisado, o partido do MBL também deveria ter sido avisado.
Se o aviso tivesse saído antes, talvez os tucanos não tivessem participado do ato em São Paulo e, assim, teriam preservado todas as suas penas no seu devido lugar. Desavisados, foram serelepes para o ato, mas acabaram quicando de volta quando se defrontaram com uma parede impenetrável: o bloco vermelho formado pela classe operária organizada.
Não costumamos defender que a direita tenha se “arrependido” e, por isso, tenha ficado mais progressista. No entanto, não podemos deixar de reconhecer que, pelo menos, depois de alguns socos e pontapés, os capangas voltaram para casa mais vermelhos do que entraram…
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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