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    Paulo Pimenta

    Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

    95 artigos

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    Governo Bolsonaro: o inimigo é o povo

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    O Estado brasileiro está em guerra. Não, não está em guerra contra a Venezuela que, como todos se lembram, em 19 de janeiro último, fez desembarcar uma frota de caminhões com 100 mil m3 de oxigênio e salvou muitas vidas brasileiras nos hospitais de Manaus, no mesmo momento em que Bolsonaro e Pazuello deram as costas e entregaram o Estado do Amazonas à própria sorte.

    O Estado brasileiro está em guerra. E o inimigo é o próprio povo brasileiro. Qualquer pesquisa minimamente criteriosa mostrará em que segmento social o vírus tem sido mais letal. Estudos de junho de 2020 já mostravam que, na Grande S. Paulo, região economicamente mais avançada do país, 65% dos óbitos causados pela covid-19 ocorriam entre pessoas que recebem até R$ 3.000,00,  21,1% entre os que recebem de R$ 3.001,00 a R$ 6.500,00,   8% entre os que recebem de R$ 6.501,00 a R$ 11.500. 00 e 3,9% entre os que recebem de R$ 11.501,00 a R$ 19.000,00. E 1,2% entre os que recebem a partir de R$ 19.001,00. (Dados publicados pelo site  G1).

    Sabotagem de Bolsonaro - Reconheça-se, portanto, que o principal fator de risco para a letalidade da Covid-19, no Brasil, antes de ser a faixa etária, é o endereço. Para cada óbito ocorrido em Moema, ocorrem cinco na cidade Tiradentes ou na Vila Brasilândia.

    A peste e a inépcia do governo de extrema-direita expõem diante dos nossos olhos as crônicas desigualdades sociais do País. E, com o negacionismo e a sabotagem sistemática das políticas de saúde pública, a dupla Bolsonaro/Pazuello trabalha para torná-las agudas, numa extensão nunca vista na história.

    Genocídio- Vai ficando assustadoramente flagrante que a estratégia adotada por Bolsonaro e seus apoiadores, defensores da supremacia absoluta do mercado, e da liquidação das políticas públicas, está colhendo êxitos. Os segmentos sociais situados acima dos R$ 19 mil  mensais, ainda que com algumas defecções aqui e ali, seguem defendendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a política econômica do genocida.

     Na outra ponta, as pesquisas têm identificado que as vítimas mais numerosas entre os mais de 270 mil  brasileiros mortos por Covid-19 são os mais vulneráveis: os negros, os idosos das classes populares, os pobres. Nada mal para as concepções de eugenia cultivadas pela extrema-direita que assaltou o poder em 2018 e submeteu à sua hegemonia a direita convencional. Ou seja, os setores privilegiados do Brasil, mesmo diante de um genocídio destas dimensões, insistem em defender a associação nefasta entre o neoliberalismo e o neofascismo representada por Bolsonaro.

    Criminosos de guerra -  Por mais descabido que possa parecer, no país em que toda a ignomínia é possível, o raciocínio do governo parece apontar para algo como: no final de tudo, sempre é necessário ver o lado bom das coisas..., se pudermos estender por mais tempo a pandemia vamos conseguir reequilibrar as contas da Previdência Social...

    Esses senhores, e seus cúmplices devem ser levados a julgamento como criminosos de guerra. Escassez e atrasos programados.

    Tipos como Luciano Hang, da Havan, têm a desfaçatez de afirmar que querem vacina, mas não para todos. No fundo, o que dizem? Chamam de loucos os que defendem a vacinação para todos, eles acham que não tem sentido vacinar  um cidadão ou cidadã com 90 anos ou um morador de rua. Esses genocidas acham que essas pessoas não têm nenhuma capacidade de reproduzir a força de trabalho e as tratam como descartáveis. Adoradores da morte e do capital, acham que a vacinas é só para quem está no mercado, como os funcionários de suas empresas, por exemplo.

    Massacre de brasileiros com patrocínio de Bolsonaro - No que a pandemia transformou o Brasil, ao revelar esse lado perverso que significa Bolsonaro e esse time anticientífico, irracional, estúpido e perverso, que gira em torno dele? 

    Eu dizia nas primeiras linhas deste comentário que o Estado brasileiro se encontra em guerra. Uma guerra que volta todo o seu poder destrutivo contra os pobres e vulneráveis do país. Contra a imensa maioria do povo brasileiro. Bolsonaro e seus cúmplices devem responder diante dos tribunais nacionais e internacionais como criminosos de guerra. Estão utilizando as instituições do Estado para promover o maior massacre de inocentes da história desse país.

    Estratégia criminosa - Bolsonaro se aliou ao coronavírus desde o início da pandemia para ser fiel aos seus apoiadores. Sejam aqueles do topo da pirâmide que lhe atribuíram a destruição do Estado brasileiro usando as mãos de Paulo Guedes, seja a parcela dos fiéis da base da sociedade, cuja boa fé é iludida diariamente pelo obscurantismo medieval interessado de alguns pastores, apóstolos e bispos sempre de olho no dízimo e nos caminhos de acesso aos fundos públicos.

    Insistir a essa altura no discurso voltado para estimular as pessoas a se contaminarem,só se explica como parte de uma estratégia ensandecida e criminosa que não prevalece em nenhum outro lugar do mundo, que sustenta como único jeito de parar a pandemia é todo mundo pegar a doença.

    Isso ajuda a compreender por que chegamos no dia de hoje a 1954 vidas perdidas, um novo recorde de mortos pela Covid- 19 em 24h.

    Para alcançar esse objetivo, Jair Bolsonaro lança mão de todos os meios e instrumentos para bloquear a ação do Estado para cumprir suas atribuições de proteger a sociedade diante da maior calamidade sanitária da História do Brasil. 

    Por meio da chantagem, o capitão-presidente  busca aprovar na Câmara dos Deputados a famigerada PEC Emergencial (PEC 186), que congela salários, inclusive o salário-mínimo, e retira recursos de um conjunto de Fundos financiadores das políticas públicas, incluindo a saúde e a educação. Em troca, acena com a possibilidade de um auxílio de R$ 250,00 por quatro meses.

    Em outras palavras: sufocar os trabalhadores, o SUS e a educação. 

    Não podemos nos calar frente a esta necropolítica representada por Bolsonaro e seu governo!

    Impeachment Já!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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