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    Cláudio Furtado

    Espiritualista, escritor e engenheiro. Autor dos livros “Divagaísmo” e “O Despertar – Existência Integral”, este último com dois amigos, com os quais também fundou a Phoenix Produtora.

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    Holocausto ianomâmi: assassinatos, estupros e destruição da Floresta Amazônica em Pindorama

    Já passou da hora de serem criados batalhões de guardas florestais auxiliados por indígenas

    Crianças indígenas ianomâmi com desnutrição (Foto: Reprodução/URIHI - Associação Yanomami)

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    O mundo passou a ter os olhos voltados mais uma vez para o Brasil. E mais uma vez isso acontece para envergonhar os brasileiros. Não há dúvidas que existem muitas semelhanças do que estamos vendo acontecer com os Yanomamis em Roraima com o que aconteceu na Alemanha Nazista de Adolf Hitler. A Floresta Amazônica foi transformada em uma versão de Campo de Concentração Tupiniquim. Josef Mengele aplaudiria de pé as atrocidades que o desgoverno Bolsonaro fez propositalmente para exterminar este que é uma das maiores etnias dos povos originários de nosso país. Genocídio, sim, esse é nome certo para se referir a esta tentativa de destruição dos Yanomamis. Os culpados por toda esta desumanidade têm que ser julgados pelas leis nacionais e internacionais. Não podemos deixar impunis os culpados. Anistia nem pensar!

    Os ativistas e militantes da Causa Indígena, como, por exemplo, Cláudia Ferreira e Júnior Hekurari Yanomami, já tentavam alertar as autoridades do país a vários anos para o que estava acontecendo com os povos originários. Infelizmente somente agora após a constatação do genocídio que estava em andamento nas Aldeias Yanomanis essas vozes foram escutadas nacionalmente e internacionalmente. Os povos originários sofrem a vários anos com a grilagem de suas terras, garimpo ilegal, poluição dos seus rios e com a devastação da floresta provocada pelas madeireiras. Estupros, assassinatos, perseguições, ameaças, desnutrição, falta de medicamentos são infelizmente o dia a dia dos povos originários brasileiros. Estas são terríveis ameaças para a preservação da floresta amazônica e das aldeias indígenas. O assassinato dos defensores da Causa dos Povos Originários são uma constante nos noticiários nacionais e internacionais. Tudo isso é terrível e muito lamentável. Ações urgentes tem que ser tomadas para que esses crimes sejam eficazmente combatidos.

    Atualmente a humanidade tomou consciência da ameaça que são as mudanças climáticas. Sabemos do risco que a vida no planeta corre com as alterações que o planeta está sofrendo devido à devastação das florestas, poluição das águas e do ar. Já há uma forte mobilização internacional para combater esta degradação que o ser humano vem promovendo na planeta deste a 1ª Revolução Industrial. Ecologia e Sustentabilidade têm estado no foco das atenções do espectro político e econômico planetário. A preservação da Amazônia é um dos pontos-chave para revertermos o abismo em que estamos prestes a cair. E os povos indígenas podem nos ajudar certamente a reverter esse risco de extinção.

    A floresta é o hábitat natural dos povos originários. Eles conhecem a floresta como a palma de sua mão. É na floresta que eles nascem, vivem e se perpetuam. Quem melhor que os indígenas para ajudar na preservação da Floresta Amazônica? Eles com certeza são grandes interessados a preservar a Amazônia, pois sua existência depende disso. E não somente isso. Por conhecerem profundamente a floresta, podem ajudar no desenvolvimento sustentável da região. Quantas raízes e folhas, por exemplo, conhecem esses povos, as quais podem ajudar na descoberta de novos medicamentos para combater males que afligem a humanidade. E, além disso, podemos aprender muito com os povos da floresta a ter um relacionamento harmônico com a Natureza. Proteger este povo é de suma importância para protegermos também a vida no planeta.

    Já passou da hora de serem criados batalhões de guardas florestais auxiliados por indígenas. E por que não ter também indígenas nestes batalhões. Para dar a eles condições de proteger as suas aldeias e a floresta. O Estado Brasileiro tem que pensar, sim, em incluir na proteção dos povos originários e na preservação da floresta, estes que são os maiores interessados nisto, os indígenas. Toda assistência e formação podem ser dadas pelo Estado Brasileiro para que estes povos possam se autoproteger em caso de ameaça de criminosos. Isso com certeza não excluiria a responsabilidade das autoridades brasileiras de atuar na proteção dos povos indígenas e na preservação da floresta.

    É de suma importância que também sejam criados canais de comunicação nas mídias estatais para que os povos originários possam compartilhar sua cultura, denunciar seus problemas e mostrar as ações que estão sendo feitas para combater o garimpo ilegal, a grilagem de terra e o desflorestamento nas terras indígenas. Seria excelente que na EBC (Empresa Brasil de Comunicação) exibisse programas dedicados a estas questões. Os indígenas precisam que sua voz seja ouvida por toda a nação brasileira. E os brasileiros têm que ter ciência de como são importantes os povos originários para a formação de uma unidade cultural nacional.

    Está mais do que evidente, que se tivesse havido a reeleição do desgoverno genocida, o intento de extermínio dos Yanomamis e de vários povos originários teria se consolidado. Sabiamente o povo brasileiro escolheu a civilização ao invés da barbárie do neo nazifascismo que desgovernou o país por quatro anos. É hora que darmos todo valor a esta vitória e trabalharmos para reconstruir tudo o que foi devastado. E isso passa por organizar a luta das chamadas minorias nacionais, as quais são em verdade minorias somente em termos econômicos, mas numericamente são a extrema maioria. As chamadas minorias unidas se tornam uma potente força de combate a opressão. Por isso a nossa união é essencial para acabarmos com todos os tipos de discriminações, pois é assim que começam os genocídios, como é o caso do genocídio do povo Yanomami. Nossa união combaterá outras atrocidades como esta que estamos tendo o desprazer de assistir. Só nos resta nos unir. União já!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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