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    Jeferson Miola

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    Lava Jato rendeu ganhos dez vezes maiores para Moro em empresa dos EUA

    Jeferson Miola explica que enquanto "o salário anual de um juiz federal fica ao redor de R$ 360 mil", Moro recebeu dez vezes mais nos Estados Unidos

    Sergio Moro (Foto: ADRIANO MACHADO - REUTERS)

    Por Jeferson Miola

    Depois de muita pressão, o juiz-ladrão declarado suspeito pela Suprema Corte do país, Sérgio Moro, finalmente revelou que recebeu cerca de R$ 3,6 milhões da empresa de consultoria dos EUA Alvarez & Marsal por um ano de trabalho.

    Formalmente, sem se considerar os privilégios, os artifícios, as bandalheiras, as regalias nababescas e outros dispositivos escandalosamente antirrepublicanos, o salário anual de um juiz federal fica ao redor de R$ 360 mil.

    Este valor altíssimo até mesmo para os padrões internacionais, equivale a “apenas” 1/10 [uma décima] parte da retribuição recebida por Moro pela Alvarez & Marsal em apenas um ano.

    Isso significa, portanto, que no contrato que firmou com a empresa dos EUA depois de sair do ministério bolsonarista da Justiça, Sérgio Moro ganhou num único ano o valor que precisaria trabalhar durante 10 – dez – anos para ganhar como juiz federal. Um upgrade e tanto.

    Não por acaso, a empresa estadunidense para a qual Moro serviu durante um ano é a mesma que se beneficiou, “coincidentemente”, do trabalho de consultoria para as empresas devastadas e destruídas pelo próprio Sérgio Moro e pela gangue de Curitiba, chefiada por ele.

    Durante tentativa de explicar o inexplicável, e numa estratégia nitidamente diversionista, Moro desfiou Lula a prestar contas dos valores – que são públicos, declarados e legais – das palestras [aliás] muito bem remuneradas que o ex-presidente fez a interessados nacionais e estrangeiros.

    Moro também desafiou Bolsonaro a esclarecer o impossível de ser esclarecido pelo chefe miliciano: “aqueles cheques, que não são da primeira-dama, são dele (Bolsonaro) mesmo”, que ajudam a “revelar quem rachou dinheiro dentro das contas da família Bolsonaro”.

    No caso da denúncia dos depósitos feitos pelo miliciano Fabrício Queiroz na conta bancária da 1ª Miliciana Michele Bolsonaro, além do diversionismo para tirar atenção a respeito da retribuição que ele recebeu da Alvarez & Marsal, Moro assumiu cometer outro crime, o de acobertar os crimes do clã miliciano.

    Na época [2019], Moro disse que “Não me cabe comentar sobre isso, mas as instituições estão funcionando”; “o senhor presidente eleito já esclareceu a parte que lhe cabe no episódio”, disse ele.

    Moro ainda arrematou fazendo uma defesa ardorosa do governo genocida e corrupto que ajudou a eleger e que integrou: “O governo [Bolsonaro] tem discurso forte contra a corrupção e vem adotando práticas sobre algo que não foi feito em 30 anos no Brasil. O compromisso do governo é forte contra a corrupção”, afirmou [sic].

    Quando atuou na vara do judiciário em Curitiba, Moro usou o disfarce de juiz e se escondeu debaixo da toga para agir a serviço dos interesses dos EUA na destruição da economia e da soberania nacional. Para atingir o objetivo, ele mirou no alvo central: Lula e o PT.

    Em função disso, e em retribuição pelo seu mercenarismo, em apenas 1 [um] ano Moro ganhou como gratificação 10 [dez] vezes o valor que ganharia como juiz.

    O difícil e inaceitável, diante de tantas evidências de crime cometidos por Sérgio Moro, é entender como o juiz-ladrão não só ainda não está preso, como sequer responde a processos judiciais.


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