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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Liberdade para Assange

Hoje comemoramos a vitória da imprensa

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, sai de um tribunal distrital dos Estados Unidos após uma audiência, em Saipan, Ilhas Marianas do Norte, EUA, 26 de junho de 2024. (Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji)

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Nos últimos tempos, muito se fala em liberdade de expressão. Pobre do cientista político do futuro que tentar analisar os casos pedidos nos últimos cinco anos.  É claro que se não enlouquecer, será batata que abandonará a profissão. O caso de Assange é emblemático. Aprendemos que o jornalista possui um código de ética e é respeitado internacionalmente, inclusive é protegido em casos de guerra, como os médicos. Já no seu artigo número 2 são ditos: “Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse”. 

Assange experimentou um novo tipo de jornalismo investigativo que se utilizava dos meios digitais para chegar à informação. A maneira como usava era a grande discussão e era o grande debate internacional, porém os resultados de interesse público foram chocando a sociedade no mundo todo. O de maior repercussão e ao que levou o ativista a ficar mais de mil dias preso, foi despertando a fúria dos Estados Unidos, com 18 acusações da publicação do WikiLeaks de uma série de documentos de segurança nacional, entre eles, um vídeo onde civis eram assassinados por um helicóptero militar americano no Iraque em 2007. 

Devemos lembrar também que a WikiLeaks contribuiu para divulgar a participação de Sérgio Moro no primeiro curso chamado “Projeto Pontes: construindo pontes para a aplicação da lei no Brasil”, da CIA e do Ministério Público norte-americano, aprendendo a adaptar as leis antiterrorismo à lavagem de dinheiro, para pegar os políticos brasileiros e selecionar os que convém punir, desmoralizar, matar politicamente. E hoje, está provado que foi uma manobra para tirar a esquerda do poder através de marketing e operações jurídicas fraudulentas que já foram acertadas tardiamente pelo STF.

A luta de Assange por revelar os crimes de guerra dos americanos e expor o lado mais perverso da face do imperialismo deixou desconfortável aqueles que querem parecer os heróis do mundo perante a sociedade. Porém, Assange permaneceu firme, numa luta de Quixote que nos ensina que podemos mudar o mundo por onde todos pertencemos, não importando o seu tamanho perante o adversário. E apesar do ativista ter que confessar crimes que não cometeu, pagando pela injustiça que lhe foi feita, essa imagem representa a imagem da liberdade de imprensa. 

Assange foi perseguido pelos Estados Unidos por trazer verdades inconvenientes. Mas trouxe também as verdades inconvenientes para todas aquelas que se dizem sociedades do bem e praticam barbaridades por baixo dos panos, por interesses espúrios. Como em 2008 , onde a WikiLeaks revelou como Israel mantinha a economia de Gaza com apenas o suficiente para evitar uma crise humanitária para acabar com a população palestina lentamente. 

O que esperar de Assange livre? Nesse momento de guerra na Ucrânia, guerra na Palestina, será um prato cheio para que possa voltar às atividades, agora fortalecido. Já sabemos por declarações antigas que ele afirmava que quase 90% do Congresso americano eram corruptos, tendo a maioria de dupla nacionalidade israelita. Já podemos esperar que ele entre de cabeça para expor a farsa dos interesses econômicos justificando genocídio. 

Tornar o ambiente cada vez mais transparente é a luta e deveria ser de todo jornalista. Afinal, de acordo com o código de ética: “a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não governamentais, é uma obrigação social.” E mais importante:” a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade”.

Hoje comemoramos a vitória da imprensa. A Justiça foi feita!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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