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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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Lula faz parte da minha história

Lula faz parte da minha história. Não só pela conjunção de ideias que nos une, mas também a partir de fatos e acontecimentos, detalhes

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

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A história de uma pessoa, de uma nação e da própria História é construída a partir de detalhes, de fatos e acontecimentos que vão sendo incorporados às suas respectivas existências.

Lula faz parte da minha história. Não só pela conjunção de ideias que nos une, mas também a partir de fatos e acontecimentos, detalhes. 

Por exemplo: quando ele recebeu a notícia de que estava eleito pela primeira vez presidente da República eu estava a poucos centímetros dele.

Foi assim.

Eu era, em 2002, coordenador de Comunicação do governo do Estado do Rio de Janeiro. No dia da eleição do segundo turno, fui votar cedo e estava em casa, de manhã, esperando o tempo passar para acompanhar a apuração dos votos.

Toca o celular. Era Bené, a governadora Benedita da Silva.

“Chico, o Lula me convidou para acompanhar a apuração em São Paulo; eu queria que você fosse comigo.”

Fiquei meio sem saber o que fazer e disse que iria pensar.

“Mas pensa rápido”, disse ela, “pois já estou indo para o aeroporto.”

Isabella, com quem eu estava casado na época, foi taxativa. “Pensar coisa nenhuma, pode ir tratando de se arrumar e sair”.

Me arrumei rapidamente e lá fui eu para o aeroporto, onde um jatinho nos esperava. Em São Paulo, fomos direto para o hotel em que Lula e mais um grupo de cerca de umas 30 pessoas (acho, mas poderiam ter sido 20, não me lembro muito bem), instaladas em uma grande suíte, acompanhariam a apuração pela TV Globo. 

O clima era de festa, pois as pesquisas apontavam vitória praticamente certa de Lula.

Quando a TV Globo anunciou que Lula estava matematicamente eleito presidente da República, foi uma explosão de alegria.

Me aproximei de Lula e lhe disse: “Lula, pela primeira vez o povo brasileiro votou no povo brasileiro”. Ele sorriu e me deu um abraço.

Pasquim

Mas a nossa história já tinha se cruzado anos antes.

Foi assim.

Em 1978, eu era repórter do Pasquim (fui o primeiro repórter – e durante um bom tempo o único - contratado pelo Pasquim).

Até onde me lembro, fui a pessoa que trouxe o Lula pela primeira vez ao Rio de Janeiro. Se eu não o trouxe fisicamente, certamente fui a pessoa a convencê-lo a dar a famosa entrevista ao Pasquim, a primeira que o então líder metalúrgico dava a um veículo de imprensa com circulação nacional. Na época, fui a São Bernardo com essa missão. Missão cumprida.

Para melhor explicar, transcrevo um trecho da abertura (escrita pelo Jaguar, um dos sócios do jornal) da entrevista que Lula deu ao Pasquim em março de 1978. “Lula, o líder dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. De repente não se falava em outra coisa. Henfil, de Natal, mandava recados aflitos: ‘entrevistem o Lula!’ (...) Mandamos buscar o cara enquanto Chico Jr. ia a São Bernardo saber qual era a do Lula. Chico ligou de São Bernardo do Campo: barra limpa.”

Dias (ou semanas?) depois da entrevista, Lula participaria de um debate do Teatro Cada Grande, também no Rio de Janeiro, do qual eu tive a honra de ser o apresentador e moderador.

Por conta desses detalhes e histórias que construíram a imagem e a pessoa de Lula, estou, como os mais de 60 milhões de brasileiros que o elegeram, muito Feliz e esperançoso com este novo mandato de Lula na presidência do Brasil. 

Ontem, eu e Tetê, minha atual esposa, nos emocionamos muito em frente à TV com a vitória de Lula. Uma emoção que varreu o país, de Norte a Sul, de Leste a Oeste.

Seja bem-vindo, presidente, de novo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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