Lula livre, Bolsonaro preso
Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, narra um encontro que teve com jovens durante uma gravação para o seu programa matinal na TV Solnik e que, inesperadamente,acabou em uma discussão política; "Perguntei se sabiam quem era o presidente do Brasil. "Bolsonaro" responderam em coro. "E o que vocês estão achando dele"? "Não estou gostando, eu preferia o PT" respondeu um garoto, de chofre. "Ele não faz nada", disse outro", relata; "O grupo de meninas volta e grita para a câmera: "Lula livre"! Uma delas propõe outro lema:"Lula livre, Bolsonaro preso"
Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - Eu estava fazendo meu programa matinal na TV Solnik, lendo os jornais num parque de São Paulo, hoje de manhã. Cinco ou seis meninos de seus 11, 12 anos se aproximaram de mim, atraídos pelo celular montado no tripé.
"Você está fazendo uma live"? um deles perguntou. Estavam num alegre grupo de alunos de uma escola estadual que realizava um trabalho de ciências no parque.
Convidei-os para sentarem ao meu lado no caramanchão.
Falamos de futebol, todos eles se disseram palmeirenses, felizes com a vitória da véspera, por 4 a 0 contra um time peruano chamado Melgar.
Perguntei se sabiam quem era o presidente do Brasil. "Bolsonaro" responderam em coro. "E o que vocês estão achando dele"?
"Não estou gostando, eu preferia o PT" respondeu um garoto, de chofre.
"Ele não faz nada", disse outro.
"Tem que tirar o Bolsonaro" voltou a falar o primeiro. "Por que ele tirou o horário de verão"? protestou.
Depois chegou um grupo de cinco ou seis meninas da mesma idade, todas muito falantes e espertas. Acomodadas ao meu lado, responderam a perguntas dos internautas.
O que fazer para tirar o presidente do poder, perguntou alguém.
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"Eu acho que tem que processar"! disse ela.
A pedido de outro internauta as meninas concordaram em gritar "Lula livre"!, o que fariam várias vezes depois.
A mais desembaraçada respondeu a outra questão: o que achava da ideia de ensino domiciliar?
"Não só para estudar a gente vai à escola" disse ela, "as crianças fazem amigos e lá tem profissionais para ensinar. O governo quer fazer isso para não ter que pagar condução, reforma de escola, alimentação. E se for assim, o que os professores vão fazer para ganhar seu pão"?...
As professoras me procuraram logo depois. E também as convidei para conversar.
"Somos professoras do estado, somos as doutrinadoras" ironizou a primeira.
"A gente tem um governo criminoso" disse a segunda, sem ironia.
"Estamos indignadas e tristes com tudo que está acontecendo no país, principalmente a repressão em tudo quanto é área, principalmente na cultura. É inacreditável".
"Esse presidente não tem gabarito para cuidar das pessoas. Toda a luta pelos direitos desses anos todos a gente tem medo de perder".
"Desde que ele entrou, é só retrocesso".
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"Ele esquece que o país é laico".
"Ele deveria tratar todo mundo igual".
"É um mau exemplo para os jovens. Muito triste".
"A gente ganha um salário vergonhoso".
"Ele vai acabar com o pensamento crítico dos jovens".
"Parece que o povo está anestesiado".
"É tão pouco recurso que a gente tem. O governo João Dória cortou condução, não tem mais condução para levar as crianças ao teatro, ao planetário".
O grupo de meninas volta e grita para a câmera:
"Lula livre"!
Uma delas propõe outro lema:
"Lula livre, Bolsonaro preso".
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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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