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Ivo Pugnaloni

Engenheiro eletricista e de comunicações. Atuou no programa CLIC RURAL do governo do Paraná, financiado pelo Banco Mundial, trabalhando para rever padrões de projetos e reduzir custos das ligações para a população rural. É um dos coordenadores políticos do MDSN, Movimento em Defesa da Soberania Nacional.

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Lula, os indecisos e a Guerra Cognitiva contra o Brasil

Lula chamou os indecisos ao diálogo e orientou sua base a tratar com mais consideração quem ainda não conseguiu aceitar a traição de Bolsonaro

(Foto: Ricardo Stuckert)

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Ontem, a 18 dias do primeiro turno, Lula fez dois movimentos importantes.

Primeiro ele chamou os indecisos ao diálogo. Em seguida orientou sua base a tratar com mais consideração quem ainda não conseguiu aceitar a traição de Bolsonaro a tudo que prometeu. 

Lula lembrou que os indecisos não foram enganados por um simples psicopata, mas por centenas de “robots” que disparam mais de 10 mil mensagens por minuto nas redes sociais, na maior operação de guerra  de mentiras do mundo.

E quem achar que Lula exagerou, a sugestão é acessar, no link o texto de 45 páginas do tenente-coronel François du Clouzot, do exército  francês, que serve hoje em Norfolk, Virginia, na sede do Alto Comando da OTAN nos Estados Unidos. Ou seu  resumo, no link.

O trabalho trata da “Cognitive War”, ou Guerra Cognitiva, cuja tradução ao português já circula nas redes  sociais, assinada com pseudônimo de “Joaquim José da Silva Xavier”. O trabalho da OTAN foi elaborado com  base em pesquisas do Pentágono e descreve como usar a população civil de um país como “soldados sem  farda” do país agressor. O texto termina com 62 referencias científicas ao final das 45 páginas escritas em  linguagem agradável de ler.

Quem ler verá que existiu mais do que propaganda para transformar gente boa, sensível e informada, em fanáticos seguidores de Trump, do Bolsonaro, Berlusconi, Boris Johnson, Macri ou Zelensky. Lendo o resumo no link publicado já em 2021, é possível entender como deixar incutido nessas pessoas que algum dia foram  cooptadas pelo ódio uma dependência de sentir ódio, pois este sentimento aciona o circuito de luta e fuga,  que liga os sistemas nervoso central e periférico com o sistema endócrino. Assim, ficamos mais atentos, com  as pupilas dilatadas. Há liberação de hormônios que trazem uma sensação de prazer ao elevar o batimento  cardíaco e a frequência respiratória. O fluxo sanguíneo vai para os músculos, deixando-os tensos, como se  prontos para correr ou atacar.

Essa dependência faz com que, mesmo depois de entender que foram usadas e enganadas, os indecisos sintam grande dificuldade de confiar em qualquer político, tal foi o condicionamento mental a que foram submetidos. E tal o prazer que sentiram quando compartilharam seu “arrebatamento pelo ódio” com outros seguidores do Mito. 

Isso se constata quando vemos que cerca de 20% dos eleitores, embora já tenha entendido que Bozo e Moro  os enganaram, continuem a dizer que “odeiam Lula”, como consequência direta das mesmas técnicas  neurolinguísticas adotadas para fazer isso não apenas no Brasil, mas nos EUA, na Ucrânia, na Europa  Oriental, Síria, Israel, Hong Kong, Taiwan e em muitos lugares do mundo. Sempre para impedir os povos de  exercerem sua soberania sobre os estados, territórios, riquezas e empresas públicas que criaram e fazem  parte de seu patrimônio comum. 

Essa forma de guerra explora também o sentimento típico do marido ou da esposa traídos, que em vez de  seguir em frente e viver um novo relacionamento, preferem dizer que “não vou casar nunca mais” e que  “homem é tudo igual”, que “mulher é tudo igual”, por sentir vergonha de não ter percebido a traição.  Comportam-se como se a culpa tivesse sido sua e devem sentir sobre a cabeça o peso das 700.000 mortes  e de todas as barbaridades cometidas pelo “Mito”.

Esse enorme contingente de eleitores indecisos, que querem votar em branco ou nulo ou ir viajar, ao invés de gozações e hostilidade, merece toda a consideração. Afinal, foram vítimas de uma enorme campanha midiática e jurídica, elaborada fora do Brasil por forças militares e civis adversárias para países agressores dominarem a sexta maior economia do mundo, com nossas gigantescas reservas de petróleo, riquezas naturais e empresas públicas altamente lucrativas. E melhor ainda, povoado por uma gente trabalhadora, amistosa e alegre, que mesmo na pobreza tem solidariedade com os ainda mais pobres. 

É lógico que a base de toda essa lavagem cerebral foi, sem nenhuma dúvida, o cartel da informação e da opinião, o monopólio completo dos meios de comunicação de massa por 14 ou 15 famílias que se tornaram verdadeiras “donas” de concessões que são do estado. E que através até de telenovelas, conseguiram  moldar a própria alma, o “eu profundo” de milhões e milhões de seres humanos. 

Mas os meios de comunicação de massa atuam apenas quanto ao conteúdo da informação e quanto à  operação psicológica em curso. 

Mas isso não é tudo quando se pretenda a dominação completa do comportamento cultural, político e ideológico de um povo. Faltava algo ainda mais profundo, mais importante, mais permanente e imutável, que é descrito pelo texto da OTAN como a verdadeira novidade nessa “Guerra Cognitiva”. 

Faltava agora não apenas continuar a fornecer informações e sentimentos falsos, mas mudar a própria forma das pessoas processarem essas informações falsas que estão à sua volta, aumentando sua capacidade  de resistir, sua resiliência à verdade dos fatos.  

Essa mudança da forma de pensar teria que, mesmo depois de provado que determinadas informações eram falsas, isso não provocasse nenhum efeito no “soldado civil”, por que as informações falsas, mesmo sendo falsas, tinham que ser disparadas contra “os comunistas”. Afinal, quem não concorda com o Mito é “comunista”. E vale tudo para “derrotar os comunistas”, principalmente, mentir à vontade. 

Talvez seja essa a grande inovação que tenha instalado esse “chip virtual de fanatismo”, que é tão forte que chega a superar a própria inteligência de cada um, que passa a sentir honra em resistir, mentindo, a fatos irrefutáveis. 

Lula é corrupto? Sim ou Não? Se o “Sim” foi “clicado” muitas vezes por este indeciso, não existe outra hipótese confortável para ele. Se a sua escolha errada fez 700 mil pessoas morrerem nas mãos do seu “Mito” evidente que estas pessoas tenham dificuldade em dizer “Não”. 

Para os indecisos parece que pouco importa se duas instâncias da ONU inocentaram Lula das acusações falsas e sem provas inventadas pelo ex-juiz condenado por suspeição. Pouco importa que 26 juízes diferentes, em diferentes tribunais e diferentes estados tenham inocentado Lula. 

Foi muito forte o apelo e o desafio de Lula: vamos tratar muito bem essas pessoas pois elas perderam parte de sua cognição da realidade. Dialogar com elas exigirá muita paciência de todos. Pois eles não sabem nada dessa Guerra não declarada movida contra o Brasil e que Jessé de Souza já denunciou em detalhes em seu livro com esse nome, “Guerra Contra o Brasil”. 

Mas ajudaria muito para trazer luz a esse diálogo, se a campanha de Lula protocolasse um pedido de investigação sobre esse documento da OTAN e do Pentágono no TSE, no MPF e no STF, para mostrar aos indecisos que eles não tiveram culpa em terem sido enganados pela maior operação de guerra de mentiras que já ocorreu. 

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