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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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M de milionário

A Justiça não pode deixar os eleitores na dúvida sobre a letra P

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/Instagram)

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Perto da fortuna de Elon Musk (US$240 bilhões), a de Pablo Marçal parece uma titica (US$50 milhões declarados), mas a do sul-africano naturalizado norte-americano começou ainda no berço, com as minas de ouro do pai, continuou aos 13 anos, quando criou o paypal, quer dizer, ele foi um menino-prodígio da informática, a fortuna cresceu paulatinamente até formar um império que fabrica carros elétricos, foguetes, satélites, chips, o diabo a quatro, sem contar o X, enquanto tudo o que se sabe sobre a de Marçal é que ele aos 18 anos integrava uma quadrilha que roubava contas bancárias sobretudo de idosos e hoje, vinte anos depois, tem R$97 milhões só em imóveis, uma coleção de carros de luxo, um jatinho e dois helicópteros, a Marçal Holding, a Marçal Participações, a Flat Participações e sabe-se Deus mais o que (hoje o repórter Artur Rodrigues informa, na Folha, que ele deixou de declarar R$135 milhões à Justiça Eleitoral).

Aumentam ainda mais o mistério sobre a fortuna obtida em apenas vinte anos, as recentes notícias de que dirigentes do partido pelo qual concorre à prefeitura de São Paulo têm estreitas ligações e negócios com membros do PCC, facção criminosa que está investindo altas somas em candidatos a prefeitos no estado de São Paulo, copiando o modelo adotado pelas milícias cariocas, que oferecem currais eleitorais a políticos que se comprometem a proteger seus negócios da polícia e da Justiça, do qual a família Bolsonaro é o exemplo mais bem sucedido.

Sabe-se que o M estampado na sua propaganda é de Marçal, e também de milionário, mas a letra P, que não está no boné, não se sabe se é de Pablo ou de PCC.

E a Justiça (Eleitoral, Criminal ou Cível) não pode deixar nessa dúvida os nove milhões de eleitores da maior cidade do país a 36 dias das eleições. 

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A VACINA. 

Todo mundo estranhou o fato de a Globo prestar mais homenagens a Silvio Santos do que a sua própria emissora. Eu acho que a Globo estava celebrando o fim de uma era. Sem ele, o SBT nunca mais será o mesmo. Ainda que estivesse afastado há mais de dois anos, o Programa Silvio Santos estava de vento em popa, e havia uma esperança de que um dia o patrão voltaria. Agora sabe-se que não volta mais. Seu programa de domingo até pode continuar com o mesmo nome, mas apresentado pela filha não é nem a sombra do que já foi. A outra filha, que manda no SBT, comete uma lambança atrás da outra. Perdeu uma grande captadora de anunciantes, Eliana, e a substituiu por uma influenciadora com milhões de seguidores no Tiktok ou coisa que o valha. Deu zebra. A herdeira não se deu conta de que a influenciadora tem seguidores nas redes e geralmente essa turma não assiste TV. Muito menos aberta. Mas é assim mesmo que funciona. Os herdeiros quando assumem querem inovar, querem erguer seus próprios castelos, e não continuar administrando os do pai. Costumam começar cortando os amigos do genitor. Um dos primeiros a perceber o perigo foi Carlos Alberto de Nóbrega. Logo após a morte do amigo de 70 anos, colocou no ar o “tape” do primeiro programa de “A Praça é nossa”, de 1987, no qual não há esquetes humorísticos e sim um longo monólogo do próprio Silvio Santos. “Eu devo esta tevê ao seu pai”, diz ele, resumindo em miúdos, “de quem me considero filho, portanto sou teu irmão”. “Foi ele”, continua “quem fez o meio de campo com os generais”. A “vacina” de Carlos Alberto tem o objetivo de garantir a renovação de seu contrato até um dia passar o bastão ao seu filho, e assim virar uma exceção no projeto das “sobrinhas” de transformar o SBT numa Disneylândia.  

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