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José Pessoa Araújo

Candidato a vice-governador da Paraíba pelo PCO na chapa de Adriano Trajano. Cordelista. Entre seus livros estão “Florestan Fernandes, o engraxate que se tornou sociólogo”; “Lamarca, Herzog e outros Heróis”; “Lula, sua vida e sua Luta”, entre outros

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Marighella na luta contra a Ditadura

Parte do livro “Lamarca, Herzog e outros Heróis”. Segunda parte do capítulo dedicado a Marighella. Editora Scortecci, 1998. Reedição pela Editora FiloCzar

(Foto: Reprodução)

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Chicote do Pessoa

Marighella na luta contra a Ditadura

Por José Pessoa de Araújo

Leia a parte 1 aqui.

Quando deixou a prisão
Recomeçou sua luta
Tinha sido anistiado
E entrou numa disputa
Queria ser deputado
Lutar por uma causa justa

Eleito em quarentena e cinco
Em seguida foi cassado
No ano quarenta e oito
Já não era deputado
Mas nunca esmoreceu
Pois era um abnegado

Entrou na clandestinidade
O resto da sua vida
Era muito corajoso
Mas tinha a alma ferida
Batalhava sem cessar
A causa estava perdida

Marighella militou
No Partido Comunista
Era muito respeitado
Como um grande ativista
Defendia o proletário
Como bom socialista

Mas nem todos aceitaram
Sua maneira de ser
Acabou sendo expulso
Mas não se deixou vencer
Continuou sua luta
Não importava perder

Na vida de um guerreiro
Nem sempre vem vitória
Quando ele está na guerra
Conforme mostra a história
Às vezes é necessário
Dar a mão à palmatória

Do partido comunista
Desligou-se ele, então
Marighella com seu grupo
Partiu pra separação
E fundou uma aliança
Pra dar continuação

Libertar a pátria amada
Visava sua batalha
Dura, difícil, intrincada
Que acabava só com a mortalha
A luta foi prolongada
Não incêndio de palha

A discrepância que existe
No Brasil é imoral
Uns têm muito, outros nada
A diferença é brutal
É preciso urgentemente
Uma reforma social

Marighella desejava
Um Brasil equilibrado
Foi morto covardemente
Sem que tivesse usado
A pistola que trazia
Assim que foi atacado

O delegado Fleury
Que servia à ditadura
Assassinou Marighella
Naquele alameda escura
Foi isso em sessenta e nove
Na vigência da tortura 

Marighella foi-se embora
Mas deixou um idealismo
Lutou contra a ditadura
Não tinha medo de abismo
Defendia cegamente
Um real socialismo

Poeta, muito obrigado!
O Brasil o reverencia
A memória de um guerreiro
Que acreditou certo dia
Na justiça para todos
Também na democracia

O Brasil não se esquece
De um Carlos Marighella
Que lutou heroicamente
Pra acabar com a mazela
Deste país tão bonito
Desigual e de favela

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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