Megaoperação policial reprime tradicional roda de samba em Porto Velho
Segundo relatos, houve queixa de poluição sonora e a megaoperação foi armada para inibir o som e o público
Do Blog da Luciana Oliveira. Veja fotos
Era pra ter sido só mais um sábado festivo com a roda de samba do Bar do Calixto, fundado há mais de 50 anos em Porto Velho.
Por volta das 17 horas mais de uma dezena de viaturas com policiais fortemente armados chegaram pra acabar com a festa.
Segundo relatos, houve queixa de poluição sonora e a megaoperação foi armada para inibir o som e o público.
A denúncia foi feita em nome de uma associação de funerárias, já que uma se instalou há bem menos tempo que o bar na esquina do samba, na capital.
Causou espanto o grande aparato policial só para desligar o som e dispersar o público.
Quem viu pensou se tratar de uma operação para prender um ou mais criminosos.
Os policiais recolheram a mesa de som e por sorte não levaram todos os instrumentos, ganha-pão dos músicos.
Foi a espetacularização do absurdo, uma vez que o estado tem o dever constitucional de “garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais”.
O Bar do Calixto é conhecido como ‘santuário do samba’ e abriga vários projetos culturais, como o Samba Autoral que estimula a criação de novos compositores e músicos.
Nas redes sociais o repúdio foi imediato.
Muita gente classificou a ação como desmedida e com o intuito claro de acabar com a tradição da roda de samba no bairro Santa Bárbara.
A classe artística se mobiliza para agir, judicialmente, com protesto, resistência e samba, claro.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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