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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”. https://noticiariocomentado.com/

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Mídia confunde imparcialidade com incensar bandido

Essa imprensa justifica espaços dados a fascistoides e imbecis com a palavrinha “pluralismo”. Pablos Marçais agradecem

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YT)

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Cabe ao jornalista vasculhar o poder, identificar equívocos e irregularidades, questionar os envolvidos e levar a verdade a leitores, ouvintes e telespectadores. Tomar partido em contendas políticas? Sim, quando um dos lados revela-se claramente antidemocrático, armamentista, misógino, negacionista, mentiroso. Ficar em cima do muro em situações assim não é ser imparcial, é pactuar com a Idade Média, é deixar de lado o compromisso com a verdade.

Medieval - e absurdamente incompetente - foi o Governo Bolsonaro. Um ser humano medievo, ignorante e preconceituoso, adepto de argumentos primitivos, íntimo de milicianos habitou o Alvorada e assombrou o Planalto de 2019 a 2022. Jair Bolsonaro, hoje, não está muito longe da cadeia, mas ainda exerce certa influência política. Há de ser combatido pelo jornalismo responsável, por todo o mal que causou à sociedade brasileira, sendo seu comportamento na pandemia o exemplo maior.

O Governo Lula deve ser fiscalizado, cobrado e denunciado em eventuais más práticas. Este jornalista, por exemplo, não aplaude certas genuflexões feitas ao “mercado” nem a tolerância com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Não concorda com a exploração de petróleo na Margem Equatorial e entende que a defesa do meio ambiente deveria ser mais contundente, menos retórica. Também gostaria de ver mais mulheres na composição dos tribunais superiores. Ainda espera uma iniciativa emblemática na área da cultura.

São claras, contudo, as razões para que o tratamento conferido ao Governo Lula seja de respeito, que nada tem a ver com condescendência. O primeiro motivo é que não se perde mais tempo discutindo a eficácia de vacinas, os “maconheiros” das universidades, a cor da roupa de meninos e meninas. Não se perseguem cientistas ou artistas, nem se povoa a administração pública de militares que só sabem - quando sabem - administrar tropas. Não se sequestra a religião para utilização política.

No atual governo, o debate dá-se em torno das nossas idiossincrasias sociais e econômicas reais. A economia começa a girar em prol do cidadão comum, como mostram PIB, inflação e emprego, e a despeito das mencionadas gentilezas ao “mercado”. Nos campos educacional, habitacional e da saúde, é notório o esforço para reverter o atraso imposto pelo governo anterior. Aos olhos internacionais, o Brasil voltou ao Século XXI, tornou a participar dos debates globais importantes - quando fala ao mundo, Lula é ouvido; quando não fala, é chamado a falar.

Os êxitos do Governo Lula significam o desespero da mídia neoliberal, bolsonarista se necessário aos seus interesses. Essa imprensa justifica espaços dados a fascistoides e imbecis com a palavrinha “pluralismo”. O pluralismo necessário, saudável, é o que concede voz a representantes dos diferentes matizes do espectro democrático, não o que direciona holofotes a quem pouco se lixa para a democracia, quando não a bandidos.

Pablos Marçais agradecem.

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