Militares, Bolsonaro e o golpe que fracassou...
No dia 8 de janeiro de 2023, nós brasileiros fomos surpreendidos com os atos de violência, terrorismo e em último caso a tentativa de golpe de estado imputada contra a nossa democracia e o estado de direito. Patrocinados e incentivados por falas do Ex-presidente, extremistas fizeram da capital Federal um verdadeiro cenário de guerra, com invasão a praça dos três poderes e a destruição dos prédios do Palácio do Planalto, do Superior Tribunal Federal e do Senado federal. O objetivo como já foi dito anteriormente, era bem claro: Um golpe de Estado. Se retroagirmos um pouco, podemos perceber que esses mesmos extremistas passaram mais de 2 meses em frente a quarteis pedindo intervenção militar, ou seja qual for, e muito pouco foi feito pelas autoridades responsáveis. Dando a entender que, parte significativa do governo anterior, foi conivente com atos que chegaram a seu apoteótico de extremismo no fatídico dia 8. Mas quem estava por trás disso tudo? E porque fracassou?
O ensaio geral, se assim podemos dizer foi o dia 12 de Dezembro, dia da diplomação da chapa vitoriosa nas eleições presidenciais: Lula-Alckmin. Centenas de bolsonaristas tocaram o terror em Brasília, com planos que chegariam até a explosão de uma bomba no aeroporto da Capital, que por sorte e felizmente, foi descoberto a tempo e os responsáveis presos. Mas o que é importante destacar aqui, é a enorme inercia das autoridades responsáveis que deveriam ter agido de forma a coibir tais atos e evitar algum episódio futuro, o que certamente não foi feito. Não é difícil compreender que como nada foi feito, os golpistas que já estavam devidamente radicalizados pelas falas e atitudes de seu “líder”, se viram portanto, validados e com a certeza que nada sofreriam caso tentassem algo mais organizado e de maiores proporções. A questão aqui colocada, é quem financiou tais iniciativas golpistas? O que se sabe, e que parte da ala radical bolsonarista conspirava contra a posse do presidente eleito e tinha como cerne uma interversão no Superior Tribunal Eleitoral. O documento encontrado na casa do Ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres, previa: “Com o objetivo de garantir a preservação ou pronto estabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral de 2022”. Em outras palavras, a anulação das eleições e ao nosso ver a instalação de um ditatura no Brasil. A minuta, segundo o Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estaria na casa de outros membros do governo, o que é seríssimo e deve ser devidamente apurado. Fazendo um simples raciocínio poderíamos deduzir que os atos do domingo terminariam com algum membro do alto escalão do governo lendo tal documento e declarando a intervenção, mas o por que fracassou e não deram o último passo?
Na nossa leitura, dois fatores foram substancialmente decisivos para que os golpistas não tivessem sucesso. A primeira, sem dúvida alguma foi a reação da sociedade civil em defesa da democracia e das instituições e a defesa intransigível da nossa constituição, que muito por sua causa Bolsonaro não teve o que queria, corroer a nossa democracia e nos colocar em incertezas institucionais. Aqui vale uma menção honrosa ao excelente trabalho do Ministro Alexandre de moraes, que em nenhum momento deixou de cumpri seu papel constitucional e assim punir todos aqueles que não fazem parte do jogo democrático. A segunda, foi a não entrada na aventura golpista por parte dos Militares, aqui entende-se: Marinha, Aeronáutica e Exercito. O apoio da alta patente Militar, era ao nosso ver o passo que Bolsonaro esperava para imputar o golpe. Não conseguindo, teve medo de sua aventura antidemocrática o jogasse para a cadeia.
Dito isso, a reflexão e lição que podemos tirar sobre os fatos ocorridos, é que nossa jovem democracia passou por um de seus momentos mais difíceis e que a defesa perante a atos como esses deve vim daqueles que defendem: a pluralidade, a república e o estado de direito.
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