Nem Doria, nem Bolsonaro
"Apesar do mérito de ter negociado a vacina CoronaVac precocemente, o que pôs fogo no rabo do governo, que teve de ir atrás, o governador está passando imagem de arrogante, oportunista e egoísta", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Tudo indica que a guerra das vacinas travada entre Doria e Bolsonaro não vai produzir bons resultados para nenhum deles.
Apesar do mérito de ter negociado a vacina CoronaVac precocemente, o que pôs fogo no rabo do governo, que teve de ir atrás, o governador está passando imagem de arrogante, oportunista e egoísta.
A narrativa que se cristaliza é que ele optou por trazer vacina para os paulistas e não para o Brasil, o que vai ser uma grande pedra no caminho para o Planalto.
A imagem dos paulistas não é das melhores no país, o que talvez explique o fato de nenhum governador de São Paulo ter chegado à presidência da República desde 1930.
Também é certo que a movimentação de Doria incomoda os demais governadores. E os governadores serão os maiores cabos eleitorais na disputa de 2022.
Quanto a Bolsonaro, dizer que ele perdeu o bonde da história é chover no molhado. Não deu bola à pandemia, tentou impingir a cloroquina e agora sabota a vacinação porque a vacina “é do Doria”.
Ele parece um astronauta que se desprendeu da nave e erra no espaço vazio, sem controle e sem rumo.
Sinal agudo de sua alienação foi a cena de ontem, ele e a primeira-dama “inaugurando”, sorridentes, a exposição de seus trajes de posse, com direito a merchandising do alfaiate, em pleno Palácio do Planalto, no dia em que 842 brasileiros morreram de covid-19.
Doria e Bolsonaro serão punidos nas urnas, um por seus excessos, outro por suas faltas.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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