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    Beto Faro

    Deputado federal (PT-PA)

    5 artigos

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    No Vácuo de Lideranças, a Tragédia

    Guerras na Ucrânia e em Gaza "são protagonizadas por extremistas em um contexto de inexistência de lideranças entre as grandes potências", avalia Beto Faro

    (Foto: REUTERS/Anas al-Shareef)

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    Há poucos dias, o presidente Lula, que neste mês de outubro, também “preside” o Conselho de Segurança da ONU, destacou, em tom de desabafo, que os atos terroristas que mataram e sequestraram cidadãos inocentes em Israel, geraram resposta insana que bombardeia sem tréguas a população palestina em Gaza. Condenados à morte ou outros infortúnios, os palestinos encurralados em Gaza, sem direito à pão e água, estão sendo descartados da proteção das Convenções de Genebra e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A resposta impiedosa e desproporcional de Israel deslegitima o seu direito inquestionável à autodefesa aos ataques terroristas. São 2.3 milhões de seres humanos transformados em “alvo fixo” das bombas de Israel.

    Esse quadro humanitário catastrófico em Gaza sensibiliza todo o mundo democrático. Em particular, mobilizou 14 membros do Conselho de Segurança da ONU a chancelarem (com duas abstenções) proposta de Resolução apresentada pelo Brasil definindo ajuda e corredor humanitários, e pausa humanitária nos bombardeios em Gaza.

    Retratando realidade surreal da atual ‘governança’ mundial, a Resolução foi derrotada por 1 x 14. Mesmo a potência ocidental mais fiel ao ‘império’ preferiu se abster. Enfim, está configurada situação em Gaza desumana que será cobrada pela história!

    A propósito, segundo informação do ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder ao jornal Berliner Zeitung, o governo dos EUA teria impedido Kiev de negociar a paz com a Rússia em março de 2022. Em meio a tanta loucura, de repente, o conflito Rússia/Ucrânia parece que deixou de existir, pois totalmente eliminado da pauta da grande imprensa desde os atos terroristas do Hamas. Putin, até então tratado diariamente como tirano e terrorista pelos EUA e Europa, com ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional, passou a difundir pregações pacifistas para o conflito Israel/Hamas, exigindo imediato cessar-fogo pelas partes envolvidas. Ato contínuo à eclosão da crise, o presidente Zelensky, acusado por muitos de conivência com grupos neonazistas, parou de desfilar pelo mundo como um pop star já que os holofotes viraram para o oriente médio. O que tem de comum nas duas guerras? Sem dúvidas, ambas são protagonizadas por atores extremistas em um contexto de inexistência de lideranças entre as grandes potências econômicas com envergadura política para um papel de mediação e contenção. O Presidente Biden, que por razões óbvias seria a autoridade do planeta com maior poder para liderar ações globais para conter ou administrar esses contenciosos, tem optado por ações unilateralistas e por pressões sistemáticas sobre o Congresso pela autorização de bilhões de dólares para o fomento às guerras. Inclusive, logo na sequência aos atos terroristas pelo Hamas, a primeira atitude do presidente Biden, foi o deslocamento de dois porta aviões e outros navios de guerra para a área. Dizem que como tática de dissuasão para tentar evitar a regionalização do conflito. Outros preferiram interpretar como demonstração de apoio incondicional a Israel. A China, um gigante na economia, perde uma ótima oportunidade para “mostrar serviço” e se firmar no jogo diplomático internacional. Mas prefere se manter um nanico político; pensando somente na Nova Rota da Seda!

    Extremismos e omissões à parte, e deixando claro a irrestrita solidariedade às vítimas israelenses e palestinas dos atos de terrorismo e insanidade, manifesto o meu orgulho com a atuação do Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Defesa e Força Aérea Brasileira, que sob a orientação do presidente Lula têm trabalhado de modo frenético pela repatriação imediata de brasileiras e brasileiros em situações de risco; pela ajuda humanitária aos palestinos, e pelo restabelecimento da paz entre judeus e palestinos. O Brasil de Volta!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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