Nota mil ao tema da redação do Enem
Aliás, a partir desse exemplo seria oportuno também que as secretarias de educação começassem a incentivar o debate nas escolas sobre a necessidade do empoderamento
A redação do Enem deste final de semana, cujo tema foi "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira", demonstra que o país desperta atenção para um problema que nos é penoso. Em pleno século XI, o Brasil ainda convive com dados alarmantes sobre esse tipo de violência.
Ano passado, por exemplo, houve um aumento de mais de 40% nas denúncias de violência contra as mulheres no Brasil, segundo informou Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal. Em 2012, 0 Mapa da Violência contra a Mulher apontava que a cada cinco minutos uma mulher era agredida no Brasil.
Portanto, os elaboradores da prova redação foram nota mil ao escolher um tema tão oportuno para debater com os mais de sete milhões de jovens que fizeram o exame. E o ambiente educacional é propício para tratarmos sobre o assunto.
Aliás, a partir desse exemplo seria oportuno também que as secretarias de educação começassem a incentivar o debate nas escolas sobre a necessidade do empoderamento.
Não vejo lugar mais adequado do que as salas de aula para discutirmos questões como combate à violência, equidade de gênero e participação políticas das mulheres no espaço de poder.
Ao lado da aplicação rígida da lei, do fortalecimento dos aparelhos sociais como casas de abrigo e delegacias das mulheres, o processo de educação é fundamental para revertermos essa triste realidade no país.
Por outro lado, as infelizes reações de alguns parlamentares que consideram a defesa da igualdade de gênero e o combate à violência contra a mulher como "doutrinação" do Enem mostram a real face do conservadorismo.
O combate à esta chaga, que agride, mutila e assassina mulheres em todo país não é a luta de um ou outro partido, é uma luta de todas e todos que têm responsabilidade e respeito aos direitos expressos na nossa Constituição.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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