Novo ataque de Bolsonaro ao STF foi feito na presença do presidente da Câmara, o omisso Arthur Lira (vídeo)
Bolsonaro chamou ministros de "surdos de capa preta" e convocou militantes para irem à rua, ameaça feita na presenca de quem tem poder de iniciar o impeachment
Jair Bolsonaro cruzou o sinal vermelho mais uma vez, ao atacar o STF, durante convenção em que sua candidatura à reeleição pelo PLfoi oficializada.
"Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis é o poder Executivo e o poder Legislativo. Todos têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Interessa para todos nós. Não queremos o Brasil dominado por outra potência. O que nós queremos é paz e tranquilidade, respeito à Constituição, respeito às leis, interdependência entre os poderes, harmonia. Isso não é fácil, mas quem tem que dar o norte para nós é o povo brasileiro. Tenho certeza que aquilo que vocês querem será atingido”, disse.
Bolsonaro convocou seus militantes a irem para as ruas "pela última vez", em 7 de setembro.
A fala de Bolsonaro foi feita na presença do presidente da Câmara, Arthur Lira, que engavetou todos os pedidos de impeachment de Bolsonaro, inclusive os que acusam o presidente de cometer crime de responsabilidade ao atentar contra o livre exercício do Poder Judiciário.
Arthur Lira é do PP, mas compareceu à convenção do PL para demonstrar o apoio a Bolsonaro, que o chamou de “velho amigo”.
O locutor anunciou a presença do presidente da Câmara nos seguintes termos:
“A gente pode contar com um grande companheiro aliado, que agora recebe o carinho de cada um de vocês, o presidente da Câmara, Arthur Lira. Você é um parceiro do presidente Bolsonaro”.
Também estava presente na convenção o deputado federal Daniel Silveira, do PTB, que foi ovacionado.
Ele foi condenado pelo STF por ameaçar ministros e defender o assassinato de pelo menos um deles, Alexandre de Moraes. Silveira, no entanto, recebeu indulto do próprio presidente.
O discurso de Bolsonaro tem potencial para abrir mais uma crise entre instituições e choca por representar tentativa de intimidação de juízes, que terão por prerrogativa garantir que as eleições de outubro sejam realizadas num ambiente civilizado e de respeito às leis.
Uma crise que conta com o silêncio cúmplice de Arthur Lira, o “parceiro de Bolsonaro”.
Veja o vídeo:
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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