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    João Paulo Lima

    Economista, foi prefeito do Recife por dois mandatos e superintendente da Sudene no segundo mandato de Dilma. É deputado estadual pelo PC do B de Pernambuco

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    O Governo Enxaqueca e as tarefas socialistas

    Até que ponto suportar a tensão diária gerada pelo governo Bolsonaro?

    (Foto: Allan dos Santos - PR)

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    Até que ponto suportar a tensão diária gerada pelo governo Bolsonaro?

    Como viver sem emprego, na informalidade como se empreendedor fosse, e, todos os dias, estar prestes a ver o país mergulhar numa ditadura; um técnico ter seu estudo desconsiderado, um cientista sua pesquisa desqualificada, não saber para que região o fogo vai se arrastar, se praias serão manchadas de óleo, se um fundamentalista será indicado para o STF ou um cargo federal, qual empresa será privatizada por quase nada, qual Universidade vai ter que fechar por falta recursos, se professor vai preso porque criticou o governo, se vai aparecer a prova de que milicianos estão no poder.

    Para que manter as pessoas em estado de tensão? Para que temam. A melhor cena que traduz o governo Bolsonaro é realmente a do leão atacado por hienas, divulgado no Twitter do presidente. Mas não disseram que a cena extraída do filme O Rei Leão, é do  vilão Scar, atacado por suas aliadas após entregá-las como inimigas para livrar a própria pele quando seus crimes foram revelados e seu reino de injustiça e fome pereceu. Um falso coração de leão, assim como Bolsonaro é um falso antissistema.

    Por isso, denuncia insistentemente a esquerda como inimiga. Porque antissistema é ser socialista, é combater a fome, que é moeda de troca da dignidade do povo pelo voto nos poderosos; é gerar emprego com apoio do Estado, porque empresários, com todos os incentivos, deixam de investir para aplicar na Bolsa; é promover os direitos humanos, quando os mais fortes preferem usar o poder econômico e político para esmagar os mais fracos; é ser democrático porque a ditadura ou qualquer regime perto disso, troca a voz do povo pela de generais de pijama ou veteranos na degradação da tortura; é fazer um governo de paz, para que as pessoas possam se concentrar em estudar e trabalhar, com suporte do poder público, e não em odiar o inimigo imaginário da ocasião.  

    Você lembra como foi o governo Lula na maior parte do tempo? O primeiro mandato de Dilma, antes de começarem a articular o golpe do Impeachment e da Lava Jato? Analista político e de mercado morria de fome. Infelizmente, talvez pelo tédio, muitos tenham se especializado em produzir as mentiras que em parte nos trouxeram até aqui. 

    Bolsonaro faz um governo tenso não porque seja autêntico, mas porque sofre com a consciência de que engana brasileiros sinceros. Mas também porque sabe que na Argentina, Chile e Equador, a hora dos traidores chegou. E na Venezuela e Bolívia, quiçá no Uruguai, não tiveram vez. E ele mesmo cava a cova dele.   

    O pacote pós-Previdência que apresentou ao Congresso é um roteiro para enfrentar protestos de milhões. Nenhum a mando de curso on line de pseudo-filosofia, todos pelos direitos consagrados da igualdade social.

    Aposentadorias baixas, insatisfação com serviços de segurança pública, educação e saúde; repressão a manifestações por direitos básicos, corrupção, sentimento de não representação pelo sistema político. Estas são as razões que estão por trás dos protestos na América Latina. O povo está acordando no continente e questionando a capacidade da democracia em responder os anseios das pessoas comuns. Está descobrindo que a fome e a pobreza existem na democracia tanto quanto nas ditaduras.  

    Essa onda libertadora está em disputa entre esquerda, centro e direita, mas a verdade é que são consequências da agenda liberal na economia. O conjunto de medidas anunciado pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes, não é apenas um ataque à maioria do povo brasileiro; também é um ataque à democracia, uma vez que se o Estado só serve aos que já têm muito, perde totalmente o sentido, volta-se à barbárie.  

    Lula pode ser libertado após a farsa judicial montada pela Lava Jato. Seria uma oportunidade de se retomar a aliança nacional que estabiliza o país por incluir os pobres e os oprimidos pelo preconceito e discriminação na agenda pública. Nós, comunistas, não hesitaremos em liderar todo e qualquer protesto popular e esclarecer o povo que são as antigas ideias de igualdade e justiça socialista as verdadeiras respostas para a crise democrática. 

    Lute pela democracia! Lula Livre!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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