O impeachment branco de Lula
"Na época do mensalão os tucanos cogitaram pedir abertura de impeachment contra Lula, mas amarelaram e não foram em frente", diz o colunista Alex Solnik; "Agora que o impeachment de Dilma deu certo eles tomaram coragem e estão tentando emplacar também o segundo impeachment: o impeachment de Lula"; Solnik lembra ainda uma fragilidade da denúncia; "Se o Lula foi o comandante máximo do esquema não faz sentido ele ter ganho apenas um tríplex, um sítio e 30 milhões em palestras quando um gerente de segundo escalão, Pedro Barusco, ganhou mais de 150 milhões"
Na época do mensalão os tucanos cogitaram pedir abertura de impeachment contra Lula, mas amarelaram e não foram em frente.
Agora que o impeachment de Dilma deu certo eles tomaram coragem e estão tentando emplacar também o segundo impeachment: o impeachment de Lula.
Não há dúvida que forças tucanas ocupam posições de relevo na Justiça brasileira e algumas delas, como Gilmar Mendes não escondem a camisa que vestem.
Lula é o candidato que Aécio não quer enfrentar nas próximas eleições.
Por isso a necessidade de um impeachment. Um impeachment branco, digamos assim.
Ele é, ao mesmo tempo, impeachment a posteriori e a priori.
A posteriori porque tem um gosto de arrependimento pelo que não aconteceu no mensalão.
A priori porque tem por foco inviabilizar a candidatura de Lula em 2018.
Outra coisa: é um processo que carece de provas tanto quanto o de Dilma.
O MPF pede devolução de 89 milhões de reais. Mas não mostra as contas onde essa fortuna está guardada. Não explica onde está o dinheiro que Lula amealhou por ser o “comandante máximo” do esquema Petrobrás.
Se o Lula foi o comandante máximo do esquema não faz sentido ele ter ganho apenas um tríplex, um sítio e 30 milhões em palestras quando um gerente de segundo escalão, Pedro Barusco, ganhou mais de 150 milhões.
Ou esse comandante foi enganado por seus subalternos ou não comandou nada.
Ou o MPF não investigou direito.
A denúncia é frágil. Se eles querem prender Lula precisam investigar mais.
Um juiz que se preze só vai aceitar acusação de que ele era o comandante máximo do esquema Petrobrás por oito anos se o MPF mostrar as contas ou trusts ou offshores onde ele esconde os seus milhões.
Mais de 500 milhões, no mínimo.
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