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    José Pessoa Araújo

    Candidato a vice-governador da Paraíba pelo PCO na chapa de Adriano Trajano. Cordelista. Entre seus livros estão “Florestan Fernandes, o engraxate que se tornou sociólogo”; “Lamarca, Herzog e outros Heróis”; “Lula, sua vida e sua Luta”, entre outros

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    O jovem Carlos Marighella

    Parte do livro “Lamarca, Herzog e outros Heróis”. Primeira parte do capítulo dedicado a Marighella. Editora Scortecci, 1998. Reedição pela Editora FiloCzar

    Marighella (Foto: Brasil de Fato)

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    Chicote do Pessoa

    O jovem Carlos Marighella

    Por José Pessoa de Araújo

    No ano sessenta e quatro
    Reinava a democracia
    Tinha governo eleito
    Existia garantia
    Respeito ao cidadão
    Isso era primazia

    Veio o golpe militar
    Foi-se a tranquilidade
    Quem era contra o regime
    Recebia crueldade

    Estudantes, jornalistas
    E outros intelectuais
    Eram presos, torturados
    Tratado como animais
    Quem fosse contra o governo
    Era passado para trás  

    Marighella era baiano
    Nascido em Salvador
    Para as lutas sociais
    Muito cedo despertou
    Sabia como era duro
    Ser pobre e trabalhador

    Era filho de uma negra
    Com imigrante italiano
    Tentou formar-se engenheiro
    Ser doutor era seu plano
    Mas foi preso muito cedo
    Naquele solo baiano

    No ano trinta e dois
    Foi conduzido à prisão
    Por ter feito um poema
    Criticando a intervenção
    De Juracy Magalhães
    Governador de plantão

    Aquele jovem valente
    Interrompeu o estudo
    O momento exigia
    Que o povo ficasse mudo
    Largou no terceiro ano
    Parar foi um absurdo

    Porém, três anos depois
    Para o Rio se mudou
    Na capital federal
    A luta continuou
    Só que no ano seguinte
    Na cadeia ele ficou

    Durante vinte e três dias
    Enfrentou uma tortura
    Foi grande seu sofrimento
    Quase foi pra sepultura
    Preso ficou mais de um ano
    No peito só amargura 

    Aquele jovem baiano
    Era um idealista
    Combatia a ditadura
    Do governo getulista
    Mudou-se para São Paulo
    A polícia tinha pista

    Mas no ano trinta e nove
    Pro cárcere ele voltou
    Torturado novamente
    Resistiu e suportou
    Era um guerreiro forte
    Que nunca se acovardou

    Em Fernando de Noronha
    Curtiu dor e isolamento
    Foram seis anos difíceis
    De tristeza e sofrimento
    Fazer um Brasil mais justo
    Sempre foi seu pensamento

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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