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    Marcia Tiburi

    Professora de Filosofia, escritora, artista visual

    111 artigos

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    O MBL e a importunação moral midiática – o caso Gleisi Hoffmann

    A tática não é pessoal, mas política. Se aproveitam, usando pessoas, para aparecer e capitalizar politicamente na cena pública, aponta Marcia Tiburi

    Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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    Em 24 de janeiro de 2018, sofri uma emboscada midiática na rádio Guaíba de Porto Alegre. Na ocasião, um jornalista “amigo” havia me convidado para uma entrevista ocultando que Kim Kataguiri, líder do MBL, e mais um parceiro de agitação, participaria dela. 

    Eles chegaram com um telefone celular sem pedir permissão para gravar a minha imagem, como fizeram inúmeras outras vezes ao longo do ano de 2018. Minha imagem foi sequestrada e a vida virou um inferno: seguiu-se uma intensa campanha de difamação, ameaças de morte, invasão de eventos e, por fim, assédio judicial. A tática não é pessoal, mas política. Kim chegou na rádio me dando um beijo no rosto para dar a impressão de ser amistoso. O que veio depois foi igualmente estratégico. A importunação moral midiática contra mim não cessa e permite engajamento e monetização nas redes até hoje. Candidatos de extrema direita usam minha imagem para gerar ódio – e engajamento em função disso - todos os anos, com ênfase em época de eleição. 

    Recentemente, algo parecido aconteceu com Gleisi Hoffmann em Natal, no RN. Lá, ela foi importunada por um agitador conhecido, um sujeito chamado Mateus Faustino, parceiro do cassado Artur do Val, importunador de várias mulheres, mais conhecido por suas falas sobre as mulheres ucranianas (“fáceis porque pobres”). Gleisi reagiu afastando o telefone que havia sido colocado no seu rosto violentamente como se fosse uma arma. Um deputado presente fez o mesmo, mas seu gesto acabou levando a uma briga. 

    Vi o MBL incitar brigas com leitores meus em diversos eventos no ano de 2018, decisivo para o grupo de agitadores que pretendiam bons resultados eleitorais depois do Golpe de 2016. Sou testemunha de como são chatos, irritantes, inoportunos e agressivos. Se aproveitam, usando pessoas, para aparecer e capitalizar politicamente na cena pública. Sempre ganharam dinheiro e poder com isso. São um grupo de crime midiático organizado. 

    Desde 2019 tentam reposicionar sua marca, parecer mais democráticos, pois viram que a extrema direita não teria futuro no Brasil com Bolsonaro. Seguem enchendo a paciência de pessoas escolhidas para que eles possam aparecer. 

    Infelizmente, mais que chatos, bebedores de Toddy preparado por mamãe, são perigosos para a democracia, pois plantam fascismo por onde passam.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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