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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

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O ministro, os sentenciados e os rancorosos

As recentes pressões em torno do Ministro Alexandre de Moraes, logo neutralizadas por apoios no próprio STF, explicitam o ponto a que chegamos

Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

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Chega a ser impressionante a gritaria com que bolsonaristas reagem às consequências de suas atitudes, caluniando, depredando e torpedeando iniciativas da República em suas manifestações. Mais surpreendente é como se escondem em cantos insuspeitados para, de repente, surgirem das sombras em ações conjuntas que arranhem aqui e ali a legislação vigente. As recentes pressões em torno do Ministro Alexandre de Moraes, logo neutralizadas por apoios no próprio STF, explicitam o ponto a que chegamos. A manobra contra o magistrado, respeitável seguidor dos trâmites legais, supostamente teve início com uma ação do jornalista Glenn Greenwald. Ele teria persuadido o editor da Folha de São Paulo a lhe lançar acusações. Pouco a pouco, este senhor perde a máscara do investigador sério, com que se oferecia ao público, para se aproximar de comportamentos duvidosos. Tramas do tipo, não obstante repetidamente desmentidas, entram nas sociedades modernas pela porta da frente. Instalam-se e ocupam lugar de destaque, através da repetição, por maiores que se mostrem os desmentidos.

Alexandre de Moraes, na tarefa que realiza em nossa magistratura para coibir abusos de gente desclassificada, conhece as regras do jogo. Não se deixa afetar. É de uma tenacidade desconcertante, justo o que tanto necessitamos na atual fase da política nacional. Já haviam tentado agredi-lo em Roma, no aeroporto, com bravatas contra seu filho. Reagiu sem se afastar um milímetro das normas. Como os demais magistrados do Supremo, vê-se obrigado a se fazer acompanhar de seguranças, para impedir a aproximação de desvairados, alguns com ligações nas alas da extrema direita... Contudo, não o intimidam. Presídios em Brasília se enchem de golpistas do ataque à Praça dos Três Poderes, no 8 de janeiro, graças ao empenho com que lida com aquela gentalha. Defensores dos marginais acenam com o caso da Fátima de Tubarão, mesmo sabendo que depredou e defecou no espaço do nosso principal tribunal superior. Difícil imaginar maior ato de desrespeito. Difícil cair tão baixo na hierarquia dos costumes.

No entanto, os rancorosos não param. Se houvessem acertado no golpe de estado, estaríamos sob o peso de uma polícia política, como se verificou na ditadura militar, elogiada pela prática de seus torturadores por quadros do governo anterior. Talvez Deus seja realmente brasileiro, impedindo que vivêssemos o mal maior. Por obra do destino, um juiz da qualidade de Alexandre de Moraes domina as funções que exerce e não esmorece. Não deixará pela metade o que se dispôs a realizar. A democracia agradece.

Enquanto isso, desfrutamos de uma nação com direito de ir e vir, participar de debates, eleger representantes, e não nos deixamos dobrar diante das baixezas. Rancorosos que se acautelem. O episódio da tentativa de desgaste contra o chefe das investigações, e suas reviravoltas, demonstram que não aprovamos retrocessos. Gritarias ferem os ouvidos e acirram os ânimos. Mas carecem de força. Não atingirão seus intentos.

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