O poder da grana continua comandando o mundo (em 3 partes)
A grana sempre comandou o mundo. Antes eram os nobres, os clérigos e os donos de terras. Depois os grandes industriais. Agora são as instituições financeiras
Parte1 – A financeirização
O poder da grana sempre comandou o mundo. Antes eram os nobres, os clérigos e os donos de terras. Depois foram os grandes industriais. E agora são as grandes instituições financeiras. Todos esses representam ao longo da História o domínio do poder da grana.
O ideal seria o poder político gerindo a economia. Repartindo o bolo para atender a toda a população, mas não é isso o que acontece. O que realmente acontece é o poder financeiro controlando a economia através do controle dos políticos. Assim o bolo é repartido de forma totalmente desigual. Enquanto uns pouquíssimos têm direito a um banquete, a extrema maioria luta para poder comer.
E quem ousa se opor a esse poder vira pária internacional. Os exemplos são vários, não é necessário mencionar.
Uma campanha presidencial nos EUA custa na casa do bilhão de dólares. Os gastos com armas para fazer guerras passam dos trilhões de dólares. Daí é muito fácil perceber que para o poder financeiro, vale muito a pena investir em eleições e em guerras. Ou seja, tudo que temos visto de desgraças no mundo com relação à política e a guerra é de interesse do poder da grana. O mundo está do jeito que eles querem e que é mais lucrativo para eles.
Aí vem o nosso problema. O problema de quem está no espectro da Esquerda, pois a Esquerda não é mais antissistema. Atualmente a Esquerda busca conciliação com o inconciliável, tenta conciliar insistentemente e sem sucesso com o poder da grana. A bandeira antissistema está atualmente nas mãos da extrema-direita. O impulso pela destruição unido a um crescente pensamento niilista tem feito muitas pessoas ao redor do mundo se alinharem a quem se mostra antissistema. Devido a isso, a extrema-direita continua a crescer no planeta.
Parte 2 - A questão Neopentecostal
Ainda me lembro do pastor Jimmy Swaggart pregando, quando eu era criança, na TV aberta, nem lembro qual era o canal. Aos pouquinhos o domínio foi aumentando e agora temos esse domínio dos neopentecostais nos lugares que antes eram território da Esquerda. O domínio dos neopentecostais começou lentamente e agora é imenso.
Vendo o documentário “The Family”, na Netflix, vemos claramente que o Neopentecostalismo é uma estratégia de guerra cultural. A extrema-direita faz essa guerra de forma hábil e com muito sucesso. Gramsci que o diga!
Em guerra não existe território vazio, o que existe é território ocupado e dominado. E agora estão aí os empresários neopentecostais bilionários dominando mentes e corações.
Sim, eles manipulam os fiéis. E, sim, eles fazem um trabalho social enorme nessas comunidades repletas de pessoas necessitadas. Eu mesmo conheço muita gente que eu via jogada na rua, suja, maltratada, entregue aos vícios e alguns até imersos no mundo do crime. De repente encontro essas mesmas pessoas de terno e gravata, bíblia na mão, sóbrios e saindo da vida do crime. Desculpe, mas esse tipo de trabalho eu não tenho como criticar. Critico, sim, a desocupação dos espaços pela Esquerda, a qual se tornou eleitoreira e conciliadora com o poder da grana.
Note bem, muito se fala das manipulações feitas pelos empresários da fé com relação aos fiéis destas “igrejas”, muito se fala que estas organizações estão envolvidas em lavagem de dinheiro do crime organizado, mas nada se faz para investigar e para barrar esse poder que só faz crescer.
Percebam que a estratégia utilizada pelos empresários da fé não é nada diferente do que outras organizações político-religiosas fazem.
O Hamas e o Hezbollah, por exemplo, agem dessa forma. Eles têm um braço político, um braço social e um braço armado. Os neopentecostais atuam da mesma forma. Eles têm partido político, têm ações sociais e estão cada vez mais se aliando as forças policiais e ao culto as armas. Lembram daquela marcha para Jesus que tinha uma escultura de um revólver gigante? Pois é, é isso o que vem acontecendo.
Esse poder está ameaçando a democracia do Brasil há muito tempo, com risco de transformá-lo em um país fundamentalista religioso. Eles têm muita grana para investir para ter um presidente para chamar de seu em um futuro não muito distante. E grana faz muita diferença na disputa política.
Esse fundamentalismo religioso é um futuro sombrio que nos ameaça, mas como todas as desgraças semelhantes da História da Humanidade, haverá uma justificativa religiosa para tal terror.
Parte 3 - A questão da Germânia
A extrema-direita ascende ao redor do planeta, como tem sido constado. Vários líderes extremistas têm ascendido ao poder político. É incalculável o financiamento que estes políticos recebem que é convertido em propaganda.
Essa propaganda basicamente dividiu vários países (e o mundo) em quem apoia a extrema-direita e em quem não os apoia. Notem, essa separação favorece em muito os objetivos dos extremistas. É a mesma estratégia usada antes pelo Império Romano e pelo recentemente falecido Henry Kissinger, o qual ajudou em muito a consolidar o Imperialismo dos EUA no século XX. O velho ditado conhecido: Dividir para Reinar.
Entre todos os lugares onde o extremismo cresce, também está a Alemanha. E este país, devido ao seu poder econômico e a sua história de extremismo em um passado não muito distante - o qual ameaçou o planeta no século passado - coloca os líderes dos países desenvolvidos muito preocupados.
Lembro que em 1990, quando ocorreu a reunificação da Alemanha, li uma matéria em um conhecido jornal do Rio de Janeiro, na qual percebi uma clara preocupação com relação a esta reunificação, pois ela dava a este país muito mais poder. Isso parecia preocupar os poderosos do mundo.
Na Alemanha há uma grande preocupação em não deixar a população esquecer o passado nefasto do século XX. Inicialmente eu achava que isso era somente para conscientizar a população para que este mal não retornasse, mas atualmente percebo isso de forma diferente.
Notem bem, assim que começou o conflito na Palestina, aumentou na TV a quantidade de reportagens e documentários sobre o Nazismo. Ou seja, se intensificou a propaganda para impingir culpa no povo. E é importante falar que raríssimas vezes se distingue Sionismo de Judaísmo na mídia alemã, desta forma qualquer crítica ao Sionismo ou a Israel se transforma imediatamente em antissemitismo. É uma estratégia de controle psicológico da população que realmente tem funcionado com sucesso, pois mantém o povo alemão submisso à linha editorial de todos os canais de jornalismo deste país. É o conhecido lobby sionista atuando fortemente.
Por isso atualmente vejo que toda essa propaganda em volta do nazismo e do antissemitismo vai muito além de conscientizar a população do ocorrido no passado. Percebo que esta é, sim, uma estratégia de propaganda para controle da população, impingindo culpa nos cidadãos pelo passado nazista deste país. É uma estratégia de propaganda que tem o intuito de fazer o domínio psicológico da população. Quem ousa criticar a posição da mídia hegemônica, a qual é pró OTAN e consequentemente é pró EUA, logo é chamado de antissemita e até de nazista no país mais poderoso economicamente da União Europeia.
Após ver a atuação da mídia nos conflitos na Ucrânia e na Palestina, com seu alinhamento incondicional e irrestrito aos EUA, pude ver claramente que neste país não existe paridade de informação, pois não há o contraditório. É como se todos os jornais tivessem a mesmíssima linha editorial. Quem estudou o modus operandi de controle através da propaganda que foi feito por Joseph Goebbels e por Edward Bernays entende muito bem sobre o que estou falando.
Olhem só que coisa bizarra! Na Alemanha antes se falava somente sobre o conflito na Ucrânia, no qual se demoniza exclusivamente o Putin. Depois passou a se falar principalmente sobre o conflito na Palestina, no qual se demoniza exclusivamente o Hamas. Agora eu lhes pergunto, e sobre o atentado terrorista que explodiu os gasodutos e que fez disparar o preço do gás no país, sobre isso se fala? Resposta: Não se fala. E é ainda pior, parece que é algo que nem existiu. Essa postura da mídia é no mínimo estranha e dá um ar de conivência.
Pelo crescimento do Identitarismo Verde neste país e também devido à questão do conflito na Palestina, penso que um bom palpite é que a ascensão da extrema-direita na Alemanha se dará por meio de um líder que irá intensificar as pautas ligadas as mudanças climáticas e ao anti-islamismo, mas isso é somente um “achismo”, o qual espero que não ocorra, mas se acontecer, sai de baixo, pois este país tem grana o suficiente para abalar a estrutura geopolítica e geoeconômica do planeta.
Conclusão
Como explicitado neste artigo, o poder da grana ataca por todos os lados para manter o seu poder hegemônico. E realmente é muito difícil combater este poder, pois quem o combate logo é cancelado, como costumasse dizer atualmente.
De forma metafórica, mas real, posso afirmar que:
O mundo está do jeito que o diabo gosta e ele está investindo cada vez mais grana para que ele continue assim.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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