Oposição tática, pensamento 3
A esquerda brasileira precisa definir uma pauta de luta por ano ou semestre que unifique o campo progressista e nos permita voltar a dialogar com a sociedade e as forças políticas
A esquerda brasileira precisa definir uma pauta de luta por ano ou semestre que unifique o campo progressista e nos permita voltar a dialogar com a sociedade e as forças políticas. A Educação é tema prioritário, ainda mais com o atual papel deste governo e seus representantes, porém, Weintraub é figura tosca e não representa estrategicamente uma luta organizacional, o tema sim precisa ser elevado e problematizado. O atual ministro se presta a papeis vexatórios, mesmo assim dialoga com parte do eleitorado brasileiro e principalmente com os nichos de atuação do Presidente, que não deixou de fazer campanha um instante desde que terminou as eleições de 2018. Mesmo envergonhando a academia, a educação, o ensino, a estrutura de pesquisa nacional dentro e fora do país o Ministro é atuante e militante de uma narrativa que o mantêm, atacar o Partido dos Trabalhadores e cumprir o papel adulador de seu chefe direto mantendo aceso nas redes e na televisão continuamente seu cronograma e impulsionamento, para o bem ou para o mal se mantém em voga e vivo no seio da sociedade e da opinião pública. O foco neste caso deve ser o tema em si, preocupações, dados comparativos e o resgate da agenda educacional como porta bandeiras do projeto de desenvolvimento nacional. Definirmos a agenda da atual jornada de lutas, estratégica e taticamente, deve ter como centro essencialmente compor este novo projetol. A principal bandeira pode e deve ser a educação, motivo suficiente para organizar a base política e social.
Passou da hora deste governo sofrer uma derrota política real, o caminho tático, combinado com o bem do país para o início deste processo seria derrubar Ernesto Araújo de seu cargo e função, por vários motivos entre eles, reduzir a má reputação internacional da diplomacia brasileira construída no último ano, evitar guerras desnecessárias e conflitos inexistentes, os motivos são vários não faltam. Para além, a destituição de Ernesto Araújo significaria uma derrota dura ao núcleo político mais próximo do atual presidente da república, seu filho e Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, aos desejos mesquinhos e medíocres de uma parte minoritária, isolada e atrasada das forças armadas que se não forem contidos, em tempos ocuparão espaço maior. A esquerda por si não tem capacidade para cobrar a exoneração desta figura menor, porém, combinado com fatores reais que atormentam o mandatário, a APEX Brasil é o melhor dos exemplos, a cisão interna dentro da diplomacia brasileira, a insatisfação entre os quadros mais importantes do Itamaraty, as decisões que isolam o Brasil no continente e nos torna submissos aos Estados Unidos e a sua agenda econômica, já é o suficiente para ampliar apoio dentro do congresso com o centro político e de direita que pensam o Brasil no mundo. O PSDB já teve como Ministros do Itamaraty dois Senadores relevantes e quadros políticos importantes na história mais recente do país, o MDB vivem em diálogo constante com países da América Latina, com a China e parte expressiva da Europa, sem falar no atual Presidente da Câmara Rodrigo Maia, que acumulou para si experiências internacionais importantes no recesso congressual principalmente. Acumular forças para adquirir resultados nesta batalha passa com primazia por articulação política congressual e pauta acertada com repercussão nacional, que exponha principalmente o impacto desses erros para a economia brasileira.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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