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    Rogério Maestri

    Engenheiro e professor na UFRGS

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    Os dez mandamentos da propaganda de guerra

    Há de qualquer lado uma propaganda de guerra promovida pelas partes interessadas

    (Foto: Alexander Ermochenko/Reuters)

    Em época de guerra não só a expressão: numa guerra o que morre primeiro é a verdade, devemos entender que há de qualquer lado uma propaganda de guerra promovida pelas partes interessadas.

    Em 1928 terminada a primeira grande guerra mundial, Arthur Ponsonby, um ex-membro do serviço diplomático inglês e pacifista e liberal, escreveu um livro intitulado “Falsehood in War-Time: Propaganda Lies of the First World War” (Falsidade em tempo de guerra: Propagandas mentirosas da Primeira Guerra Mundial). 

    Em 2001 a jornalista e escritora de esquerda, Anne Morelli principalmente da obra de Ponsonby, sistematizou os dez mandamentos que regem as mentiras das propagandas de guerra, que ela resumiu pelo decálogo da arte de mentir em guerras: 

    1. Não queremos guerra, estamos apenas nos defendendo! 

    2. Nosso adversário é o único responsável por esta guerra! 

    3. O líder do nosso adversário é inerentemente mau e se assemelha ao diabo! 

    4. Defendemos uma causa nobre, não nossos interesses particulares! 

    5. O inimigo está cometendo atrocidades propositalmente; se estamos cometendo erros isso acontece sem intenção! 

    6. O inimigo faz uso de armas ilegais! 

    7. Sofremos poucas perdas, as perdas do inimigo são consideráveis! 

    8. Intelectuais e artistas reconhecidos apoiam nossa causa! 

    9. Nossa causa é sagrada! 

    10. Quem duvida da nossa propaganda ajuda o inimigo e é um traidor! 

    Esse decálogo é bem mais útil do que simplesmente achar que tudo numa guerra é mentira, pois ele fornece uma arma analítica para interpretarmos as notícias e verificarmos rapidamente o que certamente é uma mentira, ele não elimina a probabilidade de em um texto mais apurado e escrito por uma pessoa mais inteligente, sub-repticiamente sejamos induzidos ao erro, porém como a maior parte dos jornalistas que escrevem sobre uma guerra se baseando em outros textos da grande imprensa (quase sempre tendenciosos) e das agências de notícias (sempre tendenciosos), fica fácil detectar na imensa maioria desses que estamos sendo manipulados. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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