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    Audi Roberto Rodrigues

    Graduando em História na Universidade Estadual da Paraíba. Membro do Núcleo de História e linguagens contemporânea

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    Os resquícios da maldade

    O bolsonarismo tem de ser responsabilizado por atos de violência que se seguem no país

    (Foto: REUTERS/Andressa Anholete | REUTERS/Adriano Machado)

    É certo que a maldade e ódio que foram normalizados e em certa medida, incentivados no último quadriênio presidencial, não serão totalmente superados de forma tão rápida. Portanto, qual a alternativa para que esse conjunto de práticas e discursos altamente prejudicais para a democracia sejam superados? Ao meu ver, uma punição severa! Aos que de alguma forma, patrocinaram essa cultura ao ódio e a normalização da violência. Nesse contexto, o bolsonarismo tem de ser responsabilizado por atos de violência que se seguem no país, a partir da face de discurso que sobre julga qualquer um que seja contrário as suas ideias mais esdrúxulas e fazem do Brasil um lugar extremamente hostil para uma gama de indivíduos. Mesmo que, segundo Daniel Aarão Reis, exista no Brasil uma cultura que é receptiva ao autoritarismo, tais práticas precisam ser combatidas o mais rápido possível. Ou se não, episódios como o assassinato da professora Elisabeth, no último dia 27 de março, aconteceram de maneira mais frequente. 

    Cabe ao poder público e parte da população uma certa, “desbolsonarização” tanto no meio institucional, como na prática de relação social das pessoas. Essa segunda ao meu ver, é a mais urgente! Por tratar de um pensamento que foi normalizado por Bolsonaro e seus asseclas em incentivar o ódio entre os brasileiros. Ou nas palavras do professor Odilon Caldeira Neto, o bolsonarismo consegui em certa medida, “fascistizar” uma camada da sociedade brasileira.É preciso então um trabalho que não será nada fácil de reconstrução de um país e mais que isso, de uma sociedade que promova e dissemina os valores democráticos. É esse talvez o maior desafio de professores, jornalistas, intelectuais e escritores ao terem como “missão” destruir esses resquícios de maldade. 

    O desafio que se coloca, portanto, é de que maneira voltar a uma certa normalidade democrática em um país que tem na sua história elos com o fascismo, ditadura e autoritarismo?  Como foi dito anteriormente, tudo passa pela punição às pessoas que patrocinam essa prática política, e não uma: anistia, ampla geral e irrestrita, como outrora ocorreu. Temos que ter o nosso “julgamento de Nuremberg” a essas pessoas que comandaram o país nos últimos quatros anos. É só tratando o trauma, como foi feito aos assassinos da ditadura militar Argentina, que começaremos a curar essa ferida que nunca foi devidamente fechada. E que por fim, os resquícios de Bolsonaro- e tudo de pior que ele representa- sejam totalmente eliminados de nossa pratica de sociabilidade, sendo jogados uma vez por todas na lata de lito da história. Anistia não! 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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