Por que lutar?
Apesar das conquistas, dos espaços de poder e direitos conquistados pela sociedade em prol das mulheres, indicadores nos mostram que muito ainda precisa ser feito. As graves ameaças que pairam sobre nossa democracia, também afetam as conquistas que alcançamos. Por trás da disputa política, esconde-se a luta entre os que querem reduzir direitos e os que querem avançar
Temos o que comemorar, mas também muito o que lutar por uma sociedade mais justa, mais igual. Que esse 8 de Março de 2016 não seja mais um Dia Internacional da Mulher, mas uma data para renovarmos o fôlego, a mobilização em defesa dos direitos da mulher. No Senado, como procuradora da Mulher, estou empenhada em intensificar uma pauta de ações no legislativo. Entre elas, nós da bancada feminina no Congresso Nacional, elegemos oito prioritárias:
Previdência social – pela manutenção da idade mínima para aposentadoria das mulheres;
Política – pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição da Mulher (PEC 135/2015), que garante cotas de vagas para mulheres nos três níveis do Parlamento brasileiro;
Violência – pela instalação da Casa da Mulher Brasileira, pelo fim das violações; efetiva punição dos agressores e aplicação da Lei Maria da Penha;
Direitos Humanos – pelo respeito à diversidade e combate aos preconceitos de raça, classe social, idade, crença religiosa e orientação sexual;
Trabalho – pela equiparação salarial com os homens e igualdade de oportunidades nas carreiras;
Saúde – por medidas emergenciais de proteção da saúde da gestante contra o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti;
Educação – pela ampliação do número de creches; garantia do ensino com qualidade em todos os níveis e educação não sexista;
Esporte – pelo estímulo à participação das mulheres nos jogos olímpicos e paraolímpicos neste ano, nas Olimpíadas do Brasil.
Apesar das conquistas, dos espaços de poder e direitos conquistados pela sociedade em prol das mulheres, indicadores nos mostram que muito ainda precisa ser feito.
Em número de mulheres no parlamento, o País está entre os últimos, ocupando a 158ª posição entre 199 países pesquisados no mapa da ONU Mulheres e da União Interparlamentar. Na América Latina, o Brasil está na frente apenas de Belize e do Haiti.
Em se tratando de violência contra as mulheres, nosso País figura entre os primeiros. A Organização Mundial de Saúde (OMS), com base em dados do Ministério da Saúde, divulgou em 2015 que em um grupo de 84 países, o Brasil é o 7º colocado em quantidade de mulheres assassinadas, o que perfaz o total de 4,8% de homicídios por 100 mil habitantes.
Por fim, as graves ameaças que pairam sobre nossa democracia, também afetam as conquistas que alcançamos. Por trás da disputa política, esconde-se a luta entre os que querem reduzir direitos e os que querem avançar.
É sintomático e simbólico que os que defendem atalhos à democracia sejam os mesmos que defendem o fim das cotas étnicas, o fim dos programas sociais, o fim das políticas de gênero e o fim da garantia dos direitos trabalhistas.
É a luta do futuro contra as sombras do passado.
Portanto, como se percebe, motivos não faltam para seguirmos na luta!
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