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    Sávio Bones

    Jornalista e Diretor do Instituto Sergio Miranda

    6 artigos

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    Preparar já os enfrentamentos no 2° turno

    O segundo turno poderá mitigar ou acentuar os erros do primeiro. Trata-se de uma boa oportunidade para aprender lições com a experiência, tendo em vista os enfrentamentos futuros

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    A campanha eleitoral entra na reta final. As próximas horas e dias serão definidores. Junto com o acirramento das disputas, neste período ocorre a consolidação dos votos já intencionados, a estabilização das opções viáveis, as últimas escolhas eleitorais e a definição de preferência das grandes maiorias. Em todos os cantos do País é preciso redobrar os esforços, intensificar as ações eleitorais e agir de acordo com as realidades conjunturais.

    É tempo de ampliar os apoios, redobrar as manifestações, envolver a militância, acentuar as atividades e mobilizar o conjunto dos indivíduos interessados em derrotar, com a mais ampla margem de votos possível, os segmentos identificados com o protofascismo e a extrema-direita bolsonarista. As forças populares devem ficar atentas e longe de possíveis manobras diversionistas ou provocações, de quem quer que seja.

    O processo eleitoral se dá em uma situação de muitas dificuldades: da defensiva estratégica dos setores populares, passando pelas condições econômico-sociais, até as situações impostas pela Pandemia. Dentro da sua disponibilidade, cada pessoa comprometida com os destinos nacionais tem que entrar nas campanhas, para fazer a sua parte onde e como puder. O momento é de decisão. Qualquer baixa na guarda ou arrefecimento de energias terá repercussões.

    Contudo, já é possível tirar lições imediatas sobre a fragmentação com que as forças comprometidas com os interesses populares enfrentam as eleições Brasil afora. Assim, determinados passos e procedimentos podem ser tomados desde já. Igualmente, alguns compromissos firmados para se pavimentar o caminho para construir uma unidade ampla de salvação nacional, de cunho democrático e progressista.

    O acirramento da campanha e a busca do voto não podem ser um processo autofágico, em que predomine a disputa intestina entre agremiações que deveriam estar na mesma trincheira. Nos últimos dias que faltam, é preciso alinhar as baterias e centrar fogo nas candidaturas apoiadas ou que se identifiquem publicamente com o Governo Bolsonaro.

    Os pontos comuns são muitos, mas destaca-se a defesa do regime democrático, das liberdades políticas, sindicais e civis, dos avanços inscritos na atual Constituição e dos direitos populares, além das principais reivindicações próprias de cada cidade. Eis a forma prática de unir, desde já, os partidos, as forças políticas, a militância, os ativistas e as classes populares, em torno de candidaturas contrapostas aos segmentos mais reacionários que estejam nos segundos turnos.

    Nos municípios onde a vitória ocorrer no primeiro turno, é preciso articular e ampliação das alianças, de forma a garantir a sustentação e o apoio à futura administração. Lembre-se de que os desdobramentos da conjuntura podem criar momentos difíceis para os novos governos, que não devem ficar em xeque desde a posse, sem falar de possíveis cercos e sabotagens por parte de governos estadual e federal. O objetivo é unir esforços para promover governos exitosos, administrativa e politicamente, com demarcações político-práticas ao bolsonarismo e ao ultraliberalismo.

    Nas cidades onde o segundo turno haja uma candidatura identificada com o bolsonarismo, ou mesmo com a direita tradicional, e outra que represente posições e posturas avançadas, as demais forças, mais ou menos à esquerda no espectro político, têm o dever de manifestar o seu apoio imediato, assim que os resultados forem divulgados, bem como a seguir integrar a campanha de forma unilateral, sem condicionantes e independentemente de negociações.

    Assim, em vez de se desmobilizarem, os candidatos majoritários, os vereadores eleitos ou não e as estruturas devem colocar-se ao serviço da campanha, com o objetivo central de vencer a reação e o conservadorismo.

    Nas cidades onde ficarem dois candidatos conservadores, as forças democrático-progressistas devem discutir com seus pares e construir uma posição comum de apoio àquela que não se identifique com o protofascismo e o Bolsonarismo.

    No caso de duas candidaturas à esquerda estarem no segundo turno, a disputa deve ser uma competição entre forças próximas e não como enfrentamento de antagônicos. O debate entre os distintos caminhos propostos deve se dar em alto nível, com diálogos abertos e públicos, assim como de forma respeitosa, política e pessoalmente. Seria inconsequente abrir espaço para que a extrema direita especule com intrigas, conflitos ou diferenças desnecessárias, artificiais e eleitoreiras.

    Qualquer prognóstico, análise ou balanço sobre o processo eleitoral estará manco se não recusar o divisionismo, o patriotismo de partido e a prevalência dos interesses particulares sobre as necessidades gerais do povo brasileiro. O segundo turno poderá mitigar ou acentuar os erros do primeiro. Trata-se de uma boa oportunidade para aprender lições com a experiência, tendo em vista os enfrentamentos futuros.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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