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André Barroso

Artista plástico da escola de Belas Artes da UFRJ com curso de pós-graduação em Educação e patrimônio cultural e artístico pela UNB. Trabalhou nos jornais O Fluminense, Diário da tarde (MG), Jornal do Sol (BA), O Dia, Jornal do Brasil, Extra e Diário Lance; além do semanário pasquim e colaboração com a Folha de São Paulo e Correio Braziliense. 18h50 pronto

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Red flag: o avanço da extrema-direita no mundo

"Pode-se dizer que a grande pauta dessa extrema-direita europeia, está calcada na migração"

Emmanuel Macron (Foto: Kay Nietfeld/Pool via Reuters)

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E o Macron reconhecendo, ao declarar a dissolução do parlamento Francês, que a extrema-direita estava avançando não só na França, mas em toda Europa? Alguma surpresa? Desde a chegada de Trump ao poder e consequentemente, a vitória de Bolsonaro no Brasil, se despertou a bandeira vermelha de preocupação com a ascensão dessa mesma ideologia fascista em determinados países chave. A derrocada desses dois líderes, não arrefeceu a ideologia. Pelo contrário. Despertou uma união mundial de extremistas para uma escalada ao poder a qualquer custo. Afinal, dentro do capitalismo, dinheiro para financiar esses grupos tem aos montes.

A decisão de Emmanuel Macron em convocar as eleições antecipadas por causa da votação em massa do partido União Nacional, grupo da Marine Le Pen, mostrou-se ao mesmo tempo importante, mas complicado por outro lado. O presidente francês, que fez movimentos ruins como a aprovação da reforma previdenciária sem discussão, tendo uma quase guerra civil e é a favor da extrema direita em Israel e na Ucrânia, consegue perceber o mal desse avanço em seu próprio país. Isso mostra que, atualmente, Macron não tem a maioria no parlamento e que essa decisão fortalece a própria extrema-direita. Basta ver a Alemanha, onde o primeiro-ministro Olaf Scholz também teve revés contra a extrema-direita alemã, com a AFD, partido ligado aos neonazista. A França está apostando em uma carta lateral!

Umberto Eco profetizou: "Os idiotas vão dominar o mundo! Não porque são capazes, mas porque são muitos." Vamos pensar em como a Europa está se tornando. A França e Alemanha acuadas com votações expressivas de parlamentos de extrema-direita. A Itália já tem o governo de Giorgia Meloni, do Fratelli d' Itália. Verifique-se na Espanha a força do Vox, do qual houve o famoso encontro que Milei, chamando de corrupta a esposa de Pedro Sánchez, assim como o partido Chega em Portugal.

Pode-se dizer que a grande pauta dessa extrema-direita europeia, está calcada na migração. E o Fascismo atual, ascende com a crise do capitalismo mundial, gestado pela insatisfação dessa classe média, que geralmente tem muitas perdas, desemprego e é atingido diretamente pelas mazelas da sociedade. Como o fascismo é um sistema popular, ele se calca em mirar inimigos. Nesse caso, os problemas seriam desses imigrantes retirarem os direitos ao trabalho do trabalhador comum, levando na esteira, preconceitos, racismo, misoginia e outros barbilhos. Lembre-se que a extrema-direita nunca é contra o sistema, ele é financiado pelo sistema e se torna pior que o sistema. Os interesses econômicos apoiam um conservadorismo que mantenha seu status quo. Todas as grandes fortunas apoiam a extrema-direita.

Pior do que isso é perceber que as conexões europeias é uma face dessa organização que passa pelas Américas de Trump, Bolsonaro e Javier Milei. Já foi o tempo em que tivemos uma direita ou centro-direita que tentava abarcar problemas sociais para ganhar adeptos de outras classes sociais. A extrema-direita causa na internet. Mesmo depois sendo desmascarada. O pânico moral já foi distribuído entre os incautos. Basta ler Stanley Cohen, no livro Folk Devil et Moral Panics. Ele mostra que existe a necessidade de fases. Na primeira fase, o grupo de distribuição desempenha um papel de organização de um conjunto de rumores e percepções públicas desorganizadas, constituindo o problema. Na segunda fase, precisa da mobilização de opiniões e atitudes na tentativa de dar significado ao problema. Logo, verifica-se a produção de um discurso moral diante do problema para a formação do consenso social, atravésda rejeição das figuras e da polarização do combate entre as forças do Bem e do Mal.

Agora foi criada a ‘frente popular’ na França, que vai juntar socialistas, ambientalistas e comunistas. Querem fazer frente à extrema-direita e tentar “evitar o pior”. Poderemos estar nos aproximando de dias piores, mas também sempre que passamos da tempestade, chegamos à bonança. Oremos.

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