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    Mauro Passos

    Engenheiro, ex-deputado federal pelo PT/SC, e presidente do Instituto Ideal

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    Senhores governadores do RS e de SC

    "As medidas que os governantes tomam são sempre paliativas"

    Destruição após enchente em Lajeado (RS) (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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    A vida é um eterno aprendizado. As enchentes que tem causado destruição e morte, de forma repetida, nos dois estados do Sul, são resultantes de algo natural e vital: a chuva. Segundos os estudiosos ela tem aparecido com frequência e intensidade crescente, em razão das mudanças climáticas. Um fenômeno global, que ameaça a humanidade embora muitos insistem em negar essa realidade.

    Nos tempos atuais, com projeções e previsões precisas, não cabem mais mentiras e nem desconhecimento. A preservação da vida e a mitigação dos efeitos catastróficos como os que observamos no Rio Grande do Sul, exigem respostas e gestão responsável. A sociedade está cansada da má fé,  desatenção e descaso das autoridades. 

    Em Santa Catarina, felizmente, as chuvas não causaram tanta desgraça como no estado vizinho. No entanto continuam ameaçando os catarinenses, como aconteceu no último final de semana. Não se pode aceitar que Rio do Sul, uma cidade polo de uma região importante do estado, seja inundada pelas águas da chuva pela sexta vez.

    As medidas que os governantes tomam são sempre paliativas, pós tragédia. Eles não conseguem se antecipar e evitar o pior. Para o escoamento do lago Guaíba e da Lagoa dos Patos, como para Rio do Sul, em SC, a Carbon ZERO tem estudos de canais extravasores que resolveriam o problema das enchentes. O CEO da empresa, Carlos Alberto Tavares Ferreira, um parceiro nosso, tem disponibilizado seus estudos e se colocado à disposição das autoridades. Só que no meio à tragédia, as prioridades são outras. Ninguém te escuta. (*)

    Uma das maneiras para quebrar esse ciclo vicioso é envolver a sociedade. Através dos meios de comunicação, redes sociais e sociedade civil organizada, furar a bolha que protege a má gestão de problemas que se arrastam no tempo. Na rede LinkedIn, onde escrevo com frequência, a repercussão sobre a tragédia no Rio Grande do Sul tem mobilizado milhares de pessoas como Saulo Rahal, da JRS. Sua contribuição para o debate foram projeções de bombeamento de água que teriam evitado as inundações em Porto Alegre, região metropolitana e cidades como São Lourenço, Pelotas, Rio Grande e São José do Norte.

    A curiosidade numa rede com a magnitude da Linkedln, foi imediata. Só no primeiro dia três mil seguidores já tinham tomado conhecimento das sugestões da Carbon ZERO e seus projetos estruturantes de escoamento de água emergencial. Dada a urgência de uma situação caótica que resultou no maior desastre ambiental, econômico e social do país, o que se fez foi mostrar que o Rio Grande do Sul não pode ficar refém de um volume de chuva e do tipo de vento na Barra do Rio Grande. Ambos são condições criadas por fenômenos naturais, que podem se repetir a qualquer momento. Portanto, senhores, fica o alerta.   

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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