Shell interfere impedindo palestra em seminário de petróleo no Espírito Santo
A Shell pode não gostar dos meus artigos em defesa do Brasil, da Petrobras e do pré-sal. Meus artigos são puramente técnicos e não políticos. Eu poderia aceitar até que a comissão permitisse à Shell indicar alguém para se contrapor às minhas opiniões, mas cercear minha palavra é inaceitável. Que país é esse?
Fui convidado pelo Sindipetro-ES para proferir a palestra de encerramento do 8º PETROUFES, que é um seminário organizado pela Faculdade de Engenharia de Petroleo da Universidade Federal do Espírito Santo-UFES, na cidade de São Mateus (norte do Espírito Santo). O Sindipetro-ES é um patrocinador menor no evento.
O programa do seminário ( de 04 a 07 de abril/2017) já tinha sido amplamente divulgado e minha palestra deveria ser realizada no encerramento às 16:15 horas do dia 07/04 (hoje).
Quando me preparava para o deslocamento da cidade de Vitória, onde resido, para São Mateus, fui informado pelos representantes do Sindipetro-ES no evento, que minha palestra havia sido cancelada por pressão Shell (um dos patrocinadores “ouro”) junto à comissão organizadora do seminário.
Entendo que a Shell pode solicitar ou pretender interferir no que bem quiser. Mas não posso aceitar que a comissão de uma Universidade Federal aceite este tipo de intromissão. É simplesmente ridículo. Um absurdo. O Sindipetro-ES emitiu uma nota de repúdio que está sendo publicada no seu site (www.sindipetro-es.org.br), bem como na mídia de São Mateus e da UFES.
A Shell pode não gostar dos meus artigos em defesa do Brasil, da Petrobras e do pré-sal. Meus artigos são puramente técnicos e não políticos. Eu poderia aceitar até que a comissão permitisse à Shell indicar alguém para se contrapor às minhas opiniões, mas cercear minha palavra é inaceitável. Que país é esse?
Cláudio da Costa Oliveira
Economista aposentado da Petrobras
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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