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    Alex Solnik

    Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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    Um já foi… outro vai já ir...

    “Não há dúvida que Jair Bolsonaro se espelhou em Donald Trump na campanha presidencial de 2018”, segundo o jornalista Alex Solnik. “Se Bolsonaro continuar na trilha de Trump, raivoso, autoritário e egocêntrico, seu futuro é previsível: um já foi… outro vai já ir”, analisa

    Jair Bolsonaro e Donald Trump (Foto: Alan Santos - PR)

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    Não há dúvida que Jair Bolsonaro se espelhou em Donald Trump na campanha presidencial de 2018.

    Copiou a sua arrogância, a sua intolerância, a sua obsessão pela mentira, seu baixo calão, sua xenofobia, machismo, supremacismo, egocentrismo, desprezo pelo próximo.

    O seu flerte com o fascismo.

    Copiou dele a paixão pela agressão, pela calúnia, pelas armas, a opção pela guerra.

    Afinal, eleito dois anos antes apesar desse perfil desprezível, Trump estava no auge da popularidade.

    Trouxe até Steve Bannon, o estrategista de Trump, para sua campanha.

    Importou a sua estratégia de lavagem cerebral, disparando fake news pelo WhatsApp.

    Alçado ao governo, Bolsonaro tomou Trump como sua bússola. Fez tudo o que o chefe mandou.

    E conduziu dessa maneira os destinos do maior país da América Latina de 2019 até aqui, para espanto do mundo.

    Mas os ventos mudaram em quatro anos. E o que já era intolerável devido aos abusos autoritários ficou insuportável com a eclosão da pandemia.

    As urnas rejeitaram o abominável homem laranja.

    Agora sem Trump para dizer o que deve fazer, Bolsonaro ficou sem chão e sem rumo. E sem saber como se comportar em relação à Venezuela, à China, à Europa, ao meio-ambiente, à vacina.

    Ficou, como o José do poeta, sem discurso.

    A sua reeleição também periga porque ele perdeu seu maior aliado – o homem mais poderoso do mundo –, ficou patente que ditadores não duram muito tempo nos países que prezam a liberdade e a oposição se deu conta de que autocratas podem ser derrotados nas urnas, desde que ela se una em torno de um candidato só e que este tenha perfil moderado e conciliador.

    Se Bolsonaro continuar na trilha de Trump, raivoso, autoritário e egocêntrico, seu futuro é previsível: um já foi… outro vai já ir...

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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