Uma semana difícil para Donald Trump
"Ele, que já foi indiciado duas vezes e aguarda julgamento, agora espera também mais dois possíveis indiciamentos", informa Pedro Paiva
A semana não começou bem para o ex-presidente Donald Trump. Ele, que já foi indiciado duas vezes e aguarda julgamento, agora espera também mais dois possíveis indiciamentos, ambos relativos às tentativas de interferência eleitoral em 2020. Já na segunda-feira, ele sofreu 3 grandes derrotas.
O caso dos documentos secretos - A primeira delas foi em relação ao caso dos documentos sigilosos, secretos e ultra secretos que ele levou da Casa Branca para a Flórida de forma ilegal. Na semana passada, mais um personagem foi adicionado ao caso: Carlos de Oliveira, o administrador de Mar-A-Lago, a residência de Trump.
Ontem, Carlos compareceu a um tribunal em Miami. Ele é acusado de agir em conluio com o ex-presidente para tentar apagar imagens das câmeras de segurança de Mar-A-Lago, no intuito de obstruir uma investigação federal.
O advogado de Carlos de Oliveira não respondeu se o Departamento de Justiça pediu a ele que testemunhasse contra Donald Trump. Ele foi liberado com o compromisso de voltar à corte em 10 de agosto, caso contrário teria que pagar US$100 mil.
O julgamento do caso dos documentos está previsto para começar em maio do ano que vem.
Possível indiciamento na Geórgia - A segunda derrota da semana foi a decisão de um juiz na Geórgia. O magistrado negou um pedido feito por Trump, em março deste ano, para desqualificar a procuradora do distrito do condado de Fulton, na região de Atlanta. Ela comandou as investigações sobre as tentativas de interferência eleitoral do então presidente, em 2020, no estado.
O pedido para que Fani Willis, a procuradora, não fosse autorizada a investigá-lo e processá-lo foi rejeitado. Decisão semelhante já tinha sido tomada pela suprema corte da Geórgia. Na época, a decisão do tribunal afirmou que Trump não tinha se embasado em fatos e leis para fazer tal pedido.
A investigação começou com a gravação de uma ligação feita por Trump ao Secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger. Na conversa, Trump pressiona o Secretário, evidentemente desconfortável com a situação, a encontrar votos a seu favor.
Em determinado momento da ligação, o então presidente diz: “Então, olha. Tudo o que eu quero é isso: eu só quero encontrar 11.780 votos, que é um a mais do que a gente tem”. A gravação foi divulgada pelo próprio Secretário de Estado, que também é republicano.
Fani Willis afirmou que a investigação já terminou e que uma decisão sobre o indiciamento do ex-presidente no caso deve ser tomada até 1º de setembro.
Processo contra a CNN negado - E não acaba por aí. Também ontem, segunda-feira (31), um juiz federal na Flórida, nomeado por Trump, rejeitou um processo movido pelo ex-presidente contra a CNN. O motivo seria o uso da expressão “grande mentira” para se referir às teorias conspiratórias de fraude eleitoral difundidas pelo republicano.
Donald Trump pedia uma compensação de US$475 milhões ao canal de TV por danos. Segundo ele, a CNN teria o difamado e o comparado a Adolf Hitler. O juiz, porém, afirmou que a emissora estava protegida pelo direito de liberdade de expressão.
O termo “grande mentira” foi usado não apenas pela CNN, mas também por outros grandes veículos de comunicação nos Estados Unidos. Trump afirma, até hoje, e mesmo sem provas, que a eleição de 2020 foi fraudada.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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