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    Ana Júlia Ribeiro

    Deputada Estadual mais jovem da história do Paraná e ativista da educação pública.

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    Venda da Copel no Paraná comprova que é impossível privatização no setor elétrico dar certo

    "Nós avisamos. Ratinho Jr. mentiu novamente e, como sempre, é a população quem paga a conta – e a fatura está cada vez mais alta", escreve Ana Júlia Ribeiro

    Retirada de cabos de energia ociosos (Foto: Valdenir Daniel Cavalheiro/Prefeitura de Curitiba)

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    A maior vergonha do governo Ratinho Jr. representa um duro revés para a população paranaense. É o que acontece quando governantes tomados pela arrogância e sem disposição para o diálogo levam à frente políticas evidentemente nocivas.

    Seis meses após a privatização da Copel, a única conclusão possível é que o processo deu errado. E não poderia ser diferente. 

    Como deputada e filha de ex-copeliano, eu lutei contra a privatização da companhia e alertei a população sobre os riscos da venda. Não era necessário poderes sobrenaturais para saber o que aconteceria – e que já está acontecendo.

    A piora acentuada na prestação do serviço após a privatização mostra que aqueles que se levantaram contra esse crime à soberania do estado tinham razão. 

    Os prejuízos à população têm sido enormes. Velas acesas dentro de casa passaram a ser uma rotina não apenas religiosa, mas também um socorro em busca de um pouco de luz em meio aos inúmeros apagões no Paraná.

    Os transtornos acontecem na cidade e no campo, e os prejuízos também. Eletrodomésticos e equipamentos queimados devido às oscilações de energia pesam no bolso da população. O descaso é tanto que tem provocado até a morte de animais em granjas.

    Os números da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) comprovam aquilo que os paranaenses sentem na prática. No último quadrimestre de 2023, houve mais de 38 mil interrupções de distribuição de energia registradas no Paraná, aumento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2022.

    A duração média dos apagões também aumentou, subindo de mais de quatro horas para quase seis horas. Em muitos casos, contudo, o restabelecimento da energia chega a demorar dias.

    Por culpa de Ratinho Jr. e dos deputados estaduais que foram favoráveis na Assembleia Legislativa do Paraná, a Copel não é mais nossa. Agora é uma “coporation” que tem como objetivo único o lucro. Como atua em um setor monopolista por natureza, no qual não é possível haver concorrência, era evidente que isso tudo aconteceria.

    A Copel era uma empresa lucrativa e que, apesar do sucateamento e terceirizações promovidas Ratinho Jr. enquanto ainda era estatal, tinha historicamente um compromisso social. Não tem mais. Nem compromisso social nem com a excelência na prestação do serviço.

    A maior empresa paranaense, infelizmente, já está privatizada. No entanto, o Paraná continua sendo o maior acionista. Mais do que nunca é hora de Ratinho Jr. responder pelo que está acontecendo. Continuaremos exigindo providências. Paralelamente, é o momento para uma atuação firme da ANEEL, que é agência reguladora do serviço, com a aplicação devida de punições e multas pela má qualidade do serviço.

    Nós avisamos. Ratinho Jr. mentiu novamente e, como sempre, é a população quem paga a conta – e a fatura está cada vez mais alta.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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