Xi Jinping e a política global: o enfrentamento à Covid-19
Com a experiência de quem ergueu hospitais em dias, no início da pandemia, em Wuhan, o presidente da China, Xi Jinping, chama a atenção das nações para uma gestão pública e responsável do acesso à saúde
Por Hélio Rocha
Nas últimas duas semanas, três encontros de importância mundial foram realizados, reunindo líderes de dezenas de países para discussão de soluções para problemas urgentes, como a pandemia da Covid-19 e a recuperação econômica da recessão que dela advirá. O encontro dos BRICS, dia 17 de novembro, da APEC, dia 20, e do G20, dia 21, foram marcados pela liderança assumida pelo presidente chinês Xi Jinping, na busca de soluções globais para os dois problemas.
Ordenadamente, embora tenham sido três encontros e os interlocutores diferentes tenham proporcionado alguns argumentos específicos, ele ressaltou três pontos chave para que o mundo passe pelo momento difícil. Segundo Xi, para que a comunidade internacional saia melhor de seu pior momento desde o início do século XXI, é preciso confiar na ciência e compartilhar avanços nas pesquisas, avançar no multilateralismo e no respeito à soberania das nações, e trabalhar no desenvolvimento científico com abertura justa dos mercados. Havendo três temas de igual profundidade, aqui nos debruçamos à primeira e mais urgente questão, a Covid-19, e em outros artigos discutiremos a economia multilateral e o avanço científico compartilhado. Quanto à pandemia, Xi tem sido enfático em afirmar a necessidade de uma atenção compartilhada e solidária aos países afetados pela doença. Uns mais, outros menos, todos estão sujeitos ao descontrole no contágio do novo coronavírus, tendo, em diferentes momentos, vários países sofrido com seu rápido contágio e a saturação dos sistemas de saúde. Por isso, com a experiência de quem ergueu hospitais em questão de dias, quando do início do espalhamento do vírus em Wuhan, na China, o presidente Xi Jinping chamou a atenção das nações para uma gestão pública e responsável do acesso à saúde, para que ela seja o alicerce do desenvolvimento e não um benefício de poucos.
“É importante continuarmos a colocar as pessoas e a vida em primeiro lugar e protegê-las com os recursos à nossa disposição”, afirmou Xi, no encontro do bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, chamados grandes emergentes, os BRICS. Argumentou, neste encontro, que o Governo chinês tem suas vacinas na Fase III e participa no Instrumento de Acesso Global às Vacinas (Covax, sigla em inglês), para que elas sejam um bem mundial.
Afirmou, no encontrou da Associação dos Países da Ásia e do Pacifico (APEC, sigla em inglês), que a conectividade é um facilitador para a medicina nesse momento de crise sanitária: “apoiamos a iniciativa da telemedicina para atender a tempo as pessoas mais pobres e regiões distantes”.
Também exortou aos países que, ante a ameaça da segunda onda da Covid-19, intensifiquem suas pesquisas e unam forças na Covax para que o mundo tenha acesso às vacinas de forma mais otimizada e qualitativa, conforme os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Dado que um bom número de países membros do G20 conseguiram avanços nas pesquisas, desenvolvimento e produção das vacinas, nos é imperativo acelerar as ações e apoiar as coordenações da OMS para juntar recursos e distribuir as vacinas de maneira equânime e eficiente”, disse Xi Jinping, em sua declaração mais enfática sobre o tema, no encontro das vinte economias mais ricas do mundo, o G20.
Até este momento, dos países líderes mundiais na geopolítica global, e que, portanto, podem desempenhar papel relevante no combate à pandemia e na recuperação da economia, Xi Jinping tem sido o mais atento e propositivo dos governantes. Foge ao negacionismo e nega a primazia da economia, traçando estratégias que, em primeiro lugar, deem atenção à saúde e à vida das pessoas. Com isso, estabelece a China como liderança mundial da próxima década e construtora de um futuro compartilhado e mais justo entre as nações.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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