"Xispa", Musk!

Após o fato que dominou os noticiários desde sábado, a grande questão para os democratas é saber qual a punição a ser imposta ao X, por conta das ameaças feitas pelo dono da rede social, o fanfarrão bilionário Elon Musk.

Concordo com o líder do governo no senado, Randolfe Rodrigues, quando diz que suspender a rede social por decisão judicial é dar munição para o líder empresarial da extrema direita mundial alegar ter sido censurado pelas autoridades judiciais brasileiras; e, com isso, alimentar o discurso de ódio e engrossar a lenga-lenga da vitimização de Bolsonaro e sua trupe golpista.

Mas qual seria então a punição ao bilionário arrogante, que responde a tantos processos judiciais nas Cortes do Planeta? Como dobrar o dono da Tesla e da SpaceX, que é contestado na justiça por não pagar indenizações trabalhistas de funcionários demitidos por ele após a compra do Twitter?

Minha sugestão é simples: não jogando mais no campo dele. Todos deveríamos seguir várias celebridades estadunidenses que abandonaram a rede social em protesto contra Musk. Entre elas, a cantora e atriz Tony Braxton, que definiu o X como a rede social que abriga o “discurso de ódio envolto sobre o véu da liberdade de expressão.” Já Sara Bareilles, se despediu do X dizendo: “Foi divertido, Twitter. Tô fora. Vejo vocês em outras plataformas, rapaziada. Desculpem. Isso aqui não é pra mim”. O ator Mick Foley preferiu seguir sua intuição: “Eu não tenho um bom pressentimento sobre para onde esta plataforma está indo.”

Aqui no Brasil, o X tem 22 milhões de seguidores, que entram na rede para acompanhar, principalmente, as postagens dos famosos e buscar notícias. Por isto, acho que todos os que defendem o estado democrático de direito, aqueles que não toleram as mentiras e o discurso de ódio deveriam se retirar imediatamente do X.

Que os fascistas fiquem na péssima companhia de Elon Musk, Donald Trump, Millei, Bolsonaro, Erdogan e Netanyahu. Vocês se merecem! Devorem-se entre si!

Fica minha sugestão para que você, caro leitor, e os chamados formadores de opinião, o presidente da republica, ministros do STF, governadores, parlamentares democráticos, artistas, educadores, cientistas e juristas se encontrem em outras redes.

Infelizmente, o ofício me obriga a permanecer nessa rede indigesta e odiosa. Como jornalista, preciso me inteirar dos arroubos autoritários e do discurso de ódio. Ali continuarei apenas como espectador, nada publicando, como tenho feito já a um bom tempo. Para você que vai sair, fica minha saudação democrática.