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Abin do governo Bolsonaro tentou invadir rede de telefonia para espionar opositores, diz PF

Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a Agência Brasileira de Inteligência espionou ilegalmente 30 mil pessoas durante o governo Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Correa/PR | Reprodução)

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247 - A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de uma possível utlização ilegal de um software espião pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para tentar invadir a rede telefônica da operadora TIM. Segundo a Folha de S. Paulo, a suspeita se deve a um e-mail encontrado entre o material apreendido pela PF no âmbito da Operação Última Milha, deflagrada no ano passado e que resultou na prisão e afastamento de agentes da Abin. 

A suspeita dos investigadores é de que o software espião israleense FirstMile tenha sido usado de forma a monitorar opositores e críticos do governo Bolsonaro. Entre os alvos, segundo a PF, estariam professores, advogados, políticos, jornalistas e até ministros do Supremo Tribunal Federal. Ao invadir a rede de telefonia, a necessidade de autorização da Justiça para obter as informações sobre a localização dos aparelhos monitorados era praticamente dispensada. >>> 'Abin monitorava meus passos', diz Alexandre de Moraes, alvo dos golpistas de 8 de janeiro (vídeo)

Segundo a reportagem, em “um email de janeiro de 2020 localizado pela PF, uma funcionária da empresa Cognyte —antiga Suntech/Grupo Verint—, responsável pela venda da ferramenta à Abin, afirma que estava 'pesquisando e testando novos métodos para acessar' a rede da Tim após ter sido barrada pela companhia". >>> Glauber Braga pede à PF a lista dos 30 mil brasileiros espionados ilegalmente por Bolsonaro 

"Estamos pesquisando e testando novos métodos para acessar a rede da Tim, mas até o momento a Tim está bloqueando todas as nossas tentativas de acesso à rede. O manteremos informado assim que houver necessidade nos nossos testes", diz um trecho do documento. O e-mail foi dirigido a um servidor da Abin que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Ele era o responsável pela gestão do contrato do sistema de espionagem. >>> Abin monitorou ilegalmente 30 mil pessoas contrárias a Bolsonaro, diz diretor-geral da PF 

"O Estado brasileiro, portanto, efetuou o pagamento de R$ 5 milhões para empresa estrangeira realizar ataques sistemáticos a rede de telefonia nacional para comercializar dados pessoais sensíveis que resultaram na disponibilização da geolocalização de diversos cidadãos brasileiros sem qualquer ordem jurídica", diz um trecho do relatório da PF sobre o caso. >>> PGR cita suspeita de corrupção de Ramagem na Abin de Bolsonaro em caso de software espião

Em outro trecho, a PF ressalta que “as diligências de alta complexidade empregadas, até o presente momento, revelam a reiterada ação de invasão da rede de telefonia nacional, fomentada pelo órgão ápice do Sistema de Inteligência Brasileiro. Noutros termos, há aplicação de recursos públicos federais em solução tecnológica que explora vulnerabilidades da rede de telefonia nacional".

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