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Abuso de poder, improbidade, desvio de finalidade: campanha de Bolsonaro custeada com cartão corporativo é crime

Jair Bolsonaro gastou quase R$ 700 mil no cartão da Presidência da República para bancar despesas de sua campanha eleitoral

Jair Bolsonaro e cartão corporativo (Foto: Reuters | Divulgação/EBC)

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247 - O uso do cartão corporativo da Presidência da República para quitar gastos de R$ 697 mil feitos por Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral do ano passado configura crime.

Advogados eleitorais ouvidos pelo UOL afirmam que “não é permitido o emprego de recursos públicos em viagens eleitorais nem mesmo mediante ressarcimento à União, com exceção do uso de transporte”. Além disso, “o uso de bens e serviços da administração para fins eleitorais é vedado a agente público”.

Segundo o advogado eleitoral Luiz Eduardo Peccinin, a prática configura "abuso de poder político e pode gerar tanto cassação de registro e de mandato, caso fosse eleito, como decretação de inelegibilidade".

“Considerando que são gastos volumosos, dentro do período eleitoral, com quantitativos que excedem qualquer razoabilidade, há indícios de grave desvio de finalidade, com a obtenção de benefícios eleitorais. Pode haver a configuração de conduta vedada e abuso de poder econômico, bem como improbidade administrativa”, diz a advogada eleitoral Gabriela Rollemberg.

Advogado e professor, Marcelo Uchôa afirma que Bolsonaro pode ter cometido crime de responsabilidade e crime eleitoral. "E olhe lá se também não for crime comum".

A legislação atual permite o uso de recursos públicos para o deslocamento do presidente em campanha desde que os valores sejam ressarcidos aos cofres públicos. Em sua prestação de contas, o PL disse ter devolvido R$ 4,8 milhões referentes a transporte e deslocamento de Bolsonaro em 48 eventos eleitorais.

“No entanto, o ex-presidente teve ao menos 80 agendas no período da campanha”, ressalta a reportagem.

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