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Acusação de Bolsonaro sobre fraude não é baseada em auditoria, mas em software 'que apresenta sinais de inconsistência'

Diferentemente do alegado pela campanha bolsonarista, sua denúncia sobre inserções de rádio no Nordeste se baseia em algoritmo de software 'que gera dados imprecisos'

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Suamy Beydoun)

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247 - A acusação de crime eleitoral feita pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) em relação às supostas fraudes nas inserções de rádio no Nordeste não foi baseada em uma 'auditoria', mas em um software de monitoramento de audiências de emissoras, método que apresenta "sinais de inconsistência e pode gerar dados imprecisos e/ou incompletos". A informação é do portal Uol.

Uma das controvérsias em relação ao uso de tal software é que ele monitora as rádios transmitidas via streaming (on-line, por internet), que não necessariamente apresentam os mesmos conteúdos transmitidos via radiodifusão. Inclusive, a propaganda eleitoral não é obrigatória neste formato de webcast, ficando restrita às emissoras de televisão e rádio convencionais, que são concessões públicas.

Apenas este elemento indica que o mapeamento pode ter coletado dados incompletos e/ou imprecisos. 

Outro ponto é o inviável volume de dados que teria que ser analisado para chegar a alguma conclusão: entre 7 e 14 de outubro, o software detectou 164.204 veiculações de propaganda política do ex-presidente Lula (PT) e de Bolsonaro em mais de mil rádios do Nordeste. Considerando uma programação de 24 horas das emissoras, seria preciso gravar quase 200 mil horas de conteúdo somente neste recorte temporal.

A própria campanha de Bolsonaro não chegou a informar quais as rádios fraudulentas e em que dias e horários as fraudes citadas teriam ocorrido para supostamente beneficiar a campanha de Lula. O 'estudo técnico' foi classificado pelos próprios bolsonaristas como 'parcial'.

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