Aécio ataca Doria: vive sob "ilusão de que é o sujeito mais querido do Brasil" e trata PSDB "como uma legenda qualquer"
Em entrevista, o deputado federal defendeu a formação de um "centro ampliado" para derrotar Lula e Bolsonaro em 2022 e atacou o governador de São Paulo. Doria não tem o apoio integral da sigla para uma candidatura e vem mostrando sinais de desistência
247 - O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) revelou que o PSDB pode abandonar sua candidatura à presidência no ano que vem e defendeu a formação de um "centro ampliado" para derrotar Lula e Bolsonaro.
"Temos de radicalizar no centro. Temos de propor, construir um centro ampliado para fazer frente ao Bolsonaro e ao Lula. Centro ampliado tem de ter de Ciro [Gomes, PDT] a PSDB, MDB, DEM, com o [ex-ministro Luiz Henrique] Mandetta, Luciano Huck, o [governador gaúcho tucano] Eduardo Leite e o [presidente do Senado pelo DEM-MG] Rodrigo Pacheco", disse em entrevista à Folha de S.Paulo.
Aécio não descartou a possibilidade de João Doria, governador de São Paulo, ou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, se lançarem à presidência, mas ressaltou: "O que o PSDB tem de colocar na balança é a possibilidade de não ter candidatura à Presidência se, nesse conjunto de forças, houver uma candidatura com mais viabilidade".
O deputado ainda acusou Doria de viver sob a "ilusão de que é o sujeito mais querido do Brasil": "O governador constituiu em torno de si o que chamamos de CCC, o Conselho do Cargo Comissionado. São pessoas com funções de confiança do governo e que têm função partidária também. Eles se reúnem à noite com o governador para dizer que está tudo bem, que o terno estava muito bonito, a gravata era belíssima e o cabelo estava bem penteado. Aí ele dorme na ilusão de que é o sujeito mais querido do Brasil. Acho que foram esses conselheiros que levaram ele ao equívoco de que poderia tratar o PSDB como uma legenda qualquer".
Doria não tem o apoio integral da legenda para uma eventual candidatura presidencial e pode até ficar sem legenda para 2022. O governador revelou à Folha que não descarta abandonar a ambição e lançar sua candidatura à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
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