Ameaça de Braga Netto desperta oposição à interferência de militares na vida política
Generaliza-se nos poderes Legislativo e Judiciário opinião de que é necessário afastar militares de decisões políticas
247 - O apoio do voto impresso feito publicamente pelo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, após ameaça de golpe contra a realização de eleições em 2022, nesta quinta-feira (22) fez crescer em alas do Judiciário e do Congresso a avaliação de que é necessário afastar militares de decisões políticas.
A oposição à interferência dos militares nas decisões políticas ganhou novos contornos após militares passarem a defender uma bandeira bolsonarista.
A crise institucional provocada pelas falas de Jair Bolsonaro condicionando a realização de eleições à adoção do voto impresso foi agravada após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informar nesta quinta-feira (22) que Braga Netto enviou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um recado ameaçando a realização das eleições de 2022 caso a PEC do voto impresso não seja aprovada pelo Congresso Nacional.
Autoridades dos Três Poderes repudiaram as ameaças golpistas. Um ministro do STF disse ao jornal Folha de S.Paulo em tom de ironia que o ideal era o Exército voltar a cuidar de fronteiras. Na opinião de ministros do Supremo, Braga Netto virou o "provocador-chefe da República".
Na visão dessas autoridades, o general tem sido tão bolsonarista quanto o chefe, estimulando o clima de conflito institucional.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), publicou no Twitter uma mensagem na qual afirmou que as decisões sobre o sistema político-eleitoral cabem ao Congresso e que as eleições são inegociáveis.
Apesar da tensão, Bolsonaro voltou a tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e a insinuar que as eleições com voto eletrônico são fraudadas.
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