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    “Apoio da PM a atos golpistas não é um deslize”, diz historiador Pedro Lima Vasconcellos

    O historiador e professor da UFAL afirmou em entrevista à TV 247 que o histórico da PM de São Paulo de repressão contra rebeliões evidencia o caráter antipopular da instituição. Da mesma forma, o Exército brasileiro atuou para coibir, de maneira “sanguinária”, movimentos populares. Assista

    Pedro Lima Vasconcellos (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução)

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    247 - O historiador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Pedro Lima Vasconcellos, em entrevista à TV 247, comentou sobre o envolvimento de policiais militares na organização dos atos golpistas marcados para o dia 7 de setembro. Alguns agentes da força de São Paulo convocaram as manifestações. Um deles, o coronel Aleksander Lacerda, foi afastado pelo governador João Doria (PSDB).

    Vasconcellos afirmou que as mensagens convocando os atos, assim como as declarações de apoio a Jair Bolsonaro por parte de membros da força, não são acidentais. Elas fazem parte da história de repressão contra o povo, que está estampada no brasão da Polícia Militar de São Paulo, explicou. 

    "Para que se entenda o caráter das polícias militares, vale a pena examinar o brasão da PM de São Paulo. Tem 18 estrelas que celebram, em sua maioria, massacres cometidos pela força. Uma estrela comemora o massacre de Canudos, outra o massacre à rebelião de João Cândido, outra a repressão à greve operária de 1917 em São Paulo, outra a participação no golpe de 1964", enumerou. “Todas estas participações são tratadas deste jeito, ‘nós resolvemos’, ‘fomos lá e resolvemos Canudos’. Esse pessoal atuou no bombardeio à cidade de São Paulo em 1924, no entorno daquelas revoltas tenentistas que tomaram a cidade”, prosseguiu o professor.

    O Exército também segue a tradição de reprimir rebeliões populares: “o Exército brasileiro, com o apoio das forças policiais regionais, atuou de maneira sanguinária na repressão ao chamado Movimento do Contestado, de 1912 a 1916, entre Paraná e Santa Catarina. E depois de terem sido responsáveis por degolas e mais degolas e incêndios de cadáveres, em proporções inclusive muito maiores do que aquilo que aconteceu no Belo Monte [arraial do Belo Monte], eles entregaram as armas aos chefes locais, aos coronéis e fazendeiros locais para que eles acabassem o serviço”. 

    “Então, não é um deslize isso que foi encontrado nessa mensagem interceptada, entre estas figuras que estão organizando esta movimentação golpista para o 7 de setembro”, analisou o historiador. 

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