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Após 8 de janeiro, bolsonaristas voltam a se mobilizar no WhatsApp e cobram soltura de terroristas

Há atos sendo convocados para pedir novamente o voto impresso e para cobrar a demissão de todos os funcionários do Legislativo e do Judiciário

Forças de segurança diante de apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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247 - Quase 45 dias depois dos atentados terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no dia 8 de janeiro, seguidores de Jair Bolsonaro (PL) voltaram a se mobilizar no WhatsApp. O movimento havia se esvaziado mediante a investigação e prisão dos bolsonaristas envolvidos na tentativa de golpe de estado do dia 8.

De acordo com o Estado de S. Paulo, "agora, supergrupos foram criados, cada um com alcance de 5 mil integrantes". Os bolsonaristas estão convocando "mobilizações para protestos que revivem pautas antigas – como voto impresso e desconfiança das urnas". Além disso, eles também se movimentam para exigir a soltura dos terroristas presos pelos crimes cometidos no dia 8.

Há atos sendo convocados para abril em defesa do voto impresso e para pedir a demissão de todos os integrantes do Legislativo e do Judiciário: “a exemplo do que antecedeu a Revolução Francesa, o terceiro Estado (povo esclarecido) clama por justiça”. Em um vídeo de manifestantes em Porto Alegre, é cobrada a soltura dos “inocentes” presos em Brasília e a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para atacar o governo federal, especialmente o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB).

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Em um dos textos que têm circulado, os terroristas detidos são tratados como "presos políticos". "Não dá para ficar na inércia com o que está acontecendo com nossos irmãos que estão sofrendo porque tentaram nos ajudar. Nossos guerreiros precisam de nós".

"Os argumentos disseminados nas redes sociais já começaram a ser reproduzidos em discursos de deputados na Câmara", registra a reportagem. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), por exemplo, já afirmou em pronunciamento no plenário da Câmara que no Brasil "temos presos políticos. Mais do que na Venezuela, na Bolívia e no tempo do regime militar”.

Supergrupos

"Levantamento feito pelo Laboratório de Pesquisa em Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração da Universidade Federal Fluminense (Colab/UFF), a pedido do Estadão, mostra que os disparos de mensagens voltaram a ganhar força em fevereiro. O 'Comunidades', recurso lançado pelo WhatsApp, pode explicar o crescimento. A atualização criou uma espécie de 'supergrupo', que tem potencial para agregar vários grupos em um único espaço", detalha o texto.

Os "supergrupos" do WhatsApp podem abrigar milhares de usuários, em contraste com o antigo limite, que era de 256 pessoas. Com a nova ferramenta, os administradores conseguem disparar uma mesma mensagem a vários usuários, que a partir dali podem replicar os conteúdos para outros grupos ou conversas privadas. “Mesmo que você não lide com o número máximo, o impacto já é suficiente, considerando que cada um desses usuários está envolvido em outros grupos que não são, necessariamente, engajados politicamente”, disse o pesquisador da UFF Viktor Chagas.

O recurso tinha previsão de ser lançado em 2022, mas o WhatsApp recuou para evitar um possível impacto nas eleições. À reportagem, a empresa afirmou que "o WhatsApp tem sido uma das poucas plataformas de mensagens a se aprimorar para conter viralidade no aplicativo e prestigiar as interações significativas entre as pessoas".

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