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Áudios da tortura também revelam corrupção no regime militar, diz advogado

Fernando Fernandes é responsável pela curadoria dos áudios que revelaram ministros da ditadura militar admitindo torturas praticadas no período

(Foto: Reprodução)

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247 - O advogado Fernando Fernandes, em entrevista ao programa Prerrogativas, transmitido neste sábado pela TV 247, responsável pela curadoria dos áudios que revelaram ministros da ditadura militar admitindo torturas praticadas no período, afirmou que as gravações revelam também a corrupção do regime militar.

“Temos também julgamentos de militares. Temos julgamento de militares por corrupção, o que não só revela as torturas, mas demonstra o mito de que não havia corrupção –na tentativa de reescrever a história“, disse o advogado que descobriu e ganhou no Supremo Tribunal Federal (STF), após 20 anos, a abertura dos arquivos das sessões secretas do STM. 

Em 2006, o advogado pediu acesso ao material, mas o STM se recusou a fornecer. Ele então acionou o STF. Em 2011, a ministra Cármen Lúcia ordenou que o material fosse fornecido, mas a ordem só foi cumprida quando o Plenário do STF acompanhou o voto da ministra. O advogado obteve o acesso em 2015 e as centenas de fitas de rolo com as gravações passaram a ser digitalizadas.

Segundo ele, os áudios que tiveram só uma parte divulgada esta semana -, mostram generais, almirantes falando na existência de tortura. O advogado classificou as mais de 10 horas de duração do áudio de “filme de terror”, referindo-se tanto à ditadura militar quanto ao período atual, em que algumas figuras públicas defendem o regime.

“Eu diria até que se resolve um filme de terror. Parece aqueles filmes de terror que só se resolvem quando se acha o corpo do desaparecido. Estamos aqui tentando sair desse terror do momento em que a história brasileira está“, disse Fernando, que ainda rebateu ainda à declaração do vice-presidente, general Hamilton Mourão, de que o golpe de 64 foi uma “revolução democrática”.

“Para aqueles generais que hoje querem dizer que na ditadura era melhor, que não havia tortura etc, esses áudios são depoimentos que passam a ecoar aonde não que existia silencio, mas vozes negando a existência desses fatos“, disse. 

Ainda de acordo com Fernando Fernandes, a pesquisa relacionada aos áudios não poderá ser concluída ainda este ano, mas todos os áudios serão disponibilizados em um site até o final do primeiro semestre.

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